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01/09/2022 às 20h46min - Atualizada em 02/09/2022 às 00h04min

“Que a vida seja um processo de honra”

SALA DA NOTÍCIA Verbo Nostro
O último dia da 21º FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (28/8) trouxe várias reflexões, desde as diversas formas de escrita até a filosofia na literatura, passando pelas dificuldades que os surdos enfrentam no meio cultural. As famílias também se divertiram durante o dia: foram diversas contações de histórias, oficinas e apresentações musicais e teatrais, entre outras.

O Salão de Ideias do domingo foi aberto com um papo sobre intimidade da escrita com a autora paulista Aline Bei, conduzido pela jornalista Daniela Penha. O momento ideal da publicação de um livro, as conduções da narrativa, os novos formatos de texto e a escrita como necessidade de expressão através da literatura foram algumas das temáticas do encontro com a escritora do romance “O Peso do Pássaro Morto” e “Pequena Coreografia ao Adeus”, que é formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Artes Cênicas. “Toda escrita precisa de uma musculatura e, para isso, precisamos descobrir coisas por nós mesmos. Ser escritor é fazer escolhas e sem ter certeza alguma - assim como a vida, pois tudo o que a gente faz existe risco”.


Em função da timidez, Aline teve uma infância bastante solitária, com dificuldades em lidar com o mundo e com as outras crianças e pessoas. Como alternativa, sempre se colocou dentro do livro como um lugar de vida. “Era uma fuga de vida e uma forma de buscar ferramentas para estar presente. Eu era muito tímida e hoje eu não me sinto tão tímida assim, pelo menos mais íntima da minha própria timidez. Mas, conquistei ferramentas e modo de estar presente. A literatura que proporciona isso: descobrir que os lugares mais interessantes são os lugares de dentro”, disse.

Com 34 anos, Aline contou que já realizou um sonho: o de ser lida. “Nós escrevemos para ser leitura de outras pessoas. Precisamos descobrir coisas por nós mesmos e é preciso investigar com privacidade, porque um livro não nasce na frente de todos que irão ler”.

Provocações reflexivas

Num dos mais concorridos encontros da FIL, a filósofa, poeta e psicanalista Viviane Mosé amplificou a temática da Filosofia e Literatura e, em meio a declamação de poemas, pontuou falas poéticas e contundentes sobre temas diversos, com total envolvimento do público na conversa.

A partir da palavra como eixo do bate-papo, Mosé abordou questões que foram desde o constante e contínuo movimento da vida até a guerra da comunicação - vista por ela como a terceira guerra mundial -, passando pela importância do resgate do pensamento do corpo, extinto pelo pensamento da razão. “A palavra é muito importante para mim e meu tema é vida e amor. A palavra é a solução e o inferno da nossa vida. Nos salva ou nos destrói. Comecei a escrever por necessidade de existência e é importante inventarmos a nossa vida de maneira mais alegre, mais afirmativa, mais saborosa e mais feliz”, disse Viviane.

Para a filósofa, a humanidade vive a crise da razão, que exclui quem faz arte, quem sente e quem se emociona. “Sentir e se emocionar demais é visto como coisa de gente desequilibrada, doente, delirante, confusa. E esse conceito tem nos feito perder o ritmo da vida. Há uma urgência que nos obriga a sermos maiores do que somos, mais amplos, menos mesquinhos e menos medíocres”, enfatizou Mosé. “É um milagre estar vivo e precisamos acordar e levantar com dignidade, priorizando a colaboração e a prática da benevolência. A vida precisa ser um processo de honra”, completou.

Viviane Mosé ainda provocou a plateia colocando que, em princípio, a Filosofia e a Literatura se opõem. “A Lilosofia trabalha com conceito e conceito é um círculo fechado onde o que tem dentro não sai. A literatura é uma caixa aberta”, explicou. Para a pergunta sobre a verdade, ela respondeu que “a diversidade é o contrário da verdade”.

Literatura, música e inclusão

A apresentação “Viola Bruta”, com os músicos e violeiros Carlos Melo e Jonathan, abriu as atividades do Centro Cultural Palace neste domingo, com uma boa dose de moda de viola, homenageando a cultura do sertanejo no interior. Na sequência, uma discussão sobre o caminha a literatura do século XXI tomou a cena do local. “De forma coletiva, o futuro da literatura é a união entre a modernidade e os livros”, disse o filósofo, escritor, especialista em linguagem e aprendizagem, Antônio Fais.

O estande Diversidade também trouxe uma vivência na manhã do domingo (28/8) com o encontro “Tem um surdo na esfera cultural e agora?”, e depoimento de vida da psicóloga surda, Raissa Siqueira Tostes, com interpretação em Libras de Isabela Brito. “Nós, surdos, também somos pessoas que gostam de frequentar espaços públicos, mas esbarramos em problemas: existem lugares que não há intérpretes para o surdo acompanhar ou quando tem, estão mal colocados”.

Realização: Ministério do Turismo, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Usina Alta Mogiana, GS Inima Ambient e Fundação do Livro e Leitura apresentam a 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL).  Patrocínio Diamante: Usina Alta Mogiana e GS Inima Ambient. Patrocínio Ouro: GasBrasiliano e Savegnago. Patrocínio Prata: Passalacqua, Premier Pet, Pedra Agroindustrial, Ribeirãoshopping e Riberfoods, Usina Vertente,Tereos e Vittia. Patrocínio Bronze: Supermercados Gricki, MazaTarraf, Tracan, Santa Helena. Patrocínio: Madeiranit, Usina São Martinho, Tarraf. Instituição Cultural: SESC. Parceria Cultural: Fundação Dom Pedro II – Theatro Pedro II, Alma – Academia Livre de Música e Artes, Biblioteca Sinhá Junqueira, Centro Cultural Palace, Instituto do Livro, CUFA, A Fábrica, IPCCIC – Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais, Teatro Municipal de Ribeirão Preto, AbaCare, Associação de Surdos, CAEERP, FADA, Fundação Panda, Ribdown, SOMAR. Apoio: ACIRP, Base Química , Cenourão, Combustran, DTEK, Durati Distribuidora, Lopes Material Rodante,Molyplast, Mialich supermercados, Santa Emília, Transmogiana,Tonin, Vantage – Geo Agro, ViaBrasil, Coderp, Transerp, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Secretaria de Cultura e Turismo, Secretaria de Educação, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria de Infraestrutura. Apoio Cultural: Convention Bureau, Colégio Marista, Diretoria de Ensino – Região de Ribeirão Preto, ETEC – José Martimiano da Silva, Educandário, SESI, Barão de Mauá, Centro Universitário Moura Lacerda, Unaerp, NW3, Grupo Utam, Monreale Hotéis, Painew, Verbo Nostro Comunicação Planejada e Instituto Unimed.

Sobre a Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto

A 21ª edição da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto foi realizada de 20 a 28 de agosto e trouxe como proposta de reflexão o tema "Do Caburaí ao Chuí: a força da Literatura Brasileira". A proposição embasou todas as atividades e debates do evento. Neste ano, a FIL ofereceu uma programação com atividades presenciais e outras em formato on-line, reunindo palestrantes e participantes de diversas localidades. Todas as atividades foram gratuitas e abertas à população: salões de ideias, conferências, palestras, mesas-redondas, oficinas, shows, espetáculos infantis, performances, contações de histórias, saraus e projetos educacionais, entre outras.

Sobre a Fundação

A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, responsável pela realização da Feira Internacional do Livro da cidade, hoje considerada a segunda maior feira a céu aberto do país.

Com uma trajetória sólida, projeção nacional e agora internacional, ao longo de seus 20 anos, a entidade ganhou experiência e, atualmente, além da feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura, com calendário de atividades durante todo o ano. A Fundação do Livro e Leitura se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do ProAc.

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