No fim da tarde de ontem os moradores do bairro Gilson Carone, em Cachoeiro, realizam um protesto na Avenida Dalva Melo Santana, uma das principais via do bairro. A manifestação foi contra a integralização dos ônibus que, segundo os moradores, está prejudicando quem mora no bairro. Durante a manifestação a população ateou fogo na sucata de um carro, em caixas de madeiras e pneus, fechando duas ruas da avenida. A Polícia Militar precisou intervir para evitar danos maiores.
Katiuscia da Silva, 27 anos, conta que para ir ao Hospital Evangélico, tem que esperar horas no ponto do bairro e quando chega ao centro, ela precisa desembarcar pegar outro ônibus e pagar mais uma passagem, ou seguir a pé até o hospital. “Na hora de voltar o transtorno é pior, pois retiraram muitas linhas para o bairro e quando passa, o ônibus está lotado”, explicou.
Lúcia Guimarães, 58 anos, reclama que durante a manhã, ao sair para o trabalho, a condução sai com a lotação de três ônibus em apenas um e o tempo de fazer a integralização não está funcionando. “Estou pagando duas passagens para ir ao trabalho e isso não é justo”, reclamou.
Reclamação dos moradores é geral
Ana Paula Tavares, 43 anos, moradora do bairro há 14 anos e mãe de cinco filhos, reclama a falta de ônibus para levar os filhos na escola. “Demoro no ponto esperando ônibus, as crianças estão chegando sempre atrasadas na escola e quando saem da aula, demoram quase duas horas para chegar em casa por falta de transporte. Isso é um descaso conosco”.
A mesma reclamação é a de Ariane Lima, 30 anos que também está tendo dificuldades de levas à filha no colégio, principalmente depois da retirada do ônibus que seguia do seu bairro e passava pelo colégio onde sua filha estuda. “Eu antes pegava o ônibus que passava pelo BNH em direção ao Penha, agora, tenho que ir ao centro, desembarcar e pagar outra passagem para levar minha filha na escola”, declarou.
Dona Adelina Vailante, de 55 anos, moradora do bairro a mais de 26 anos, está indignada com a dificuldade que agora tem para ir aos hospitais realizar suas consultas. “Alem de ficar esperando horas por um ônibus, eu estou tendo que pagar duas passagens ou seguir sozinha e a pé pela cidade até chegar no hospital. Sou uma senhora, estou correndo riscos por falta de transporte público que eu ajudo a pagar na minha própria cidade”, finalizou.