Na vida doméstica, levar em consideração a sustentabilidade e a diminuição do impacto ambiental pode ir muito além de repensar o consumo de alimentos e reciclar embalagens. É possível, por exemplo, pensar em alternativas verdes já na construção das nossas casas. Considerando isso e as altas temperaturas do verão, este pode ser um excelente momento para aprender a construir uma biopiscina.
A biopiscina é uma piscina natural montada de maneira sustentável e com funcionamento ecológico – é uma mistura de piscina tradicional com lago artificial, pois possui uma parte para banho e outra para autodepuração da água, que é como os lagos resgatam as suas características ambientais de forma natural.
A água da biopiscina é tratada pela vegetação aquática presente e por biofiltros. “Ela é uma alternativa aos modelos de piscina que conhecemos, que são cheios de produtos químicos, como o cloro”, explica Valter Ziantoni, fundador do hub de inteligência agroflorestal Pretaterra. “Por não usar esses produtos, ela não prejudica o meio ambiente nem causa alergia aos seres humanos, tornando-se um ecossistema integrado dentro da nossa casa."
Por não ficar parada, a água da piscina não se torna criadouro para os mosquitos da dengue – uma questão comumente levantada por quem tem interesse em montar uma piscina do tipo. “A biopiscina também favorece a criação de um ecossistema em equilíbrio, o que atrai predadores desses mosquitos e faz com que a natureza siga o seu curso, sem a necessidade de intervenção com produtos químicos”, pontua Ziantoni.
Veja abaixo um passo a passo para a montagem de uma biopiscina:
1. Entenda a estrutura
O primeiro passo é entender a estrutura da biopiscina – por exemplo, quais substratos e plantas são usados para tratar a água e como separar a área para os banhistas da área onde a purificação acontece. “É possível dividir a área com tela ou mureta para evitar o contato com insetos e outros animais que possam proliferar no local”, diz Ziantoni.
2. Estude o local
O bioma e o clima do local onde será montada a piscina impactam diretamente no ecossistema a ser desenvolvido. Por isso, as espécies de plantas e os microorganismos que serão usados precisam ser escolhidos de acordo com esses critérios. Além disso, caso haja outros animais de criação no local, é preciso acompanhá-los, com o objetivo de garantir que a piscina natural não seja influenciada.
3. Monte a piscina
Para a montagem, são necessárias plantas aquáticas (que purificam a água), peixes (que se alimentam de potenciais larvas), filtro biológico, iluminação ultravioleta e manta de borracha. Como decoração, é possível usar pedras e areia – que também criam um ambiente agradável para os banhistas e para os animais.
Já a água que preenche a piscina, caso fornecida pela rede pública, precisa passar por um tratamento prévio. Ao longo do tempo, o ecossistema transforma essa água a ponto de ela se tornar até mesmo potável. “Para a escolha dos melhores materiais e do processo de construção, o acompanhamento de um especialista é fundamental”, diz Ziantoni.
4. Mantenha o projeto
A montagem da piscina costuma ser mais cara que a das piscinas convencionais, porém quem aprende a construir a própria piscina vê o custo reduzir muito. Ainda, considerando que não são necessários constantes ciclos de reabastecimento e tratamento da água, o custo da manutenção da biopiscina é mais baixo que o da comum. “Além de, claro, a biopiscina ser muito melhor para o meio ambiente”, complementa Ziantoni.
