A expectativa é de que chova nas próximas semanas, mas nem mesmo assim será possível reverter a grave crise hídrica enfrentada pelo Estado. Especialistas apontam que o déficit de chuva do ano passado, acumulado com o do início deste ano, não terá como ser compensado de forma tão rápida e a tendência é que a crise seja uma realidade para todo o ano de 2015.
No ano de 2014 a média do déficit de chuvas foi de 400 milímetros. Choveu cerca de 67% do esperado. Em alguns pontos do Estado, como a Região Metropolitana, esse total chegou a 600 milímetros. Este ano, em janeiro, na maior parte do Estado choveu cerca de 30 milímetros, bem distante dos 200 milímetros (média) esperados.
E estamos na reta final do período chuvoso – que vai de outubro a março –, sendo o mês de fevereiro o que tradicionalmente menos chove neste período. “Teríamos que ter um novo ciclo de chuva, completo, para resolver o problema”, pondera Hugo Ramos, meteorologista do Incaper.
A situação se agrava porque a falta de chuva não permitiu uma boa reserva de água no solo. É ela que dá sustentação aos rios e é de onde as plantas tiram a água de que necessitam. “Uma infiltração de água que depende muito do tipo de solo, de chuva, da inclinação do terreno e até da cobertura vegetal”, pondera Aureliano Nogueira, engenheiro agrônomo e doutor em solo e nutrição de plantas.
Segundo ele, em quase todo o Estado hoje o que se tem é o chamado ponto de murcha, onde as plantas já não conseguem mais retirar água do solo.