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06/02/2015 às 12h33min - Atualizada em 06/02/2015 às 12h33min

Estiagem no Estado: chuva prevista não acaba com a seca

Gazeta Online

A expectativa é de que chova nas próximas semanas, mas nem mesmo assim será possível reverter a grave crise hídrica enfrentada pelo Estado. Especialistas apontam que o déficit de chuva do ano passado, acumulado com o do início deste ano, não terá como ser compensado de forma tão rápida e a tendência é que a crise seja uma realidade para todo o ano de 2015.

No ano de 2014 a média do déficit de chuvas foi de 400 milímetros. Choveu cerca de 67% do esperado. Em alguns pontos do Estado, como a Região Metropolitana, esse total chegou a 600 milímetros. Este ano, em janeiro, na maior parte do Estado choveu cerca de 30 milímetros, bem distante dos 200 milímetros (média) esperados.

E estamos na reta final do período chuvoso – que vai de outubro a março –, sendo o mês de fevereiro o que tradicionalmente menos chove neste período. “Teríamos que ter um novo ciclo de chuva, completo, para resolver o problema”, pondera Hugo Ramos, meteorologista do Incaper.

A situação se agrava porque a falta de chuva não permitiu uma boa reserva de água no solo. É ela que dá sustentação aos rios e é de onde as plantas tiram a água de que necessitam. “Uma infiltração de água que depende muito do tipo de solo, de chuva, da inclinação do terreno e até da cobertura vegetal”, pondera Aureliano Nogueira, engenheiro agrônomo e doutor em solo e nutrição de plantas.

Segundo ele, em quase todo o Estado hoje o que se tem é o chamado ponto de murcha, onde as plantas já não conseguem mais retirar água do solo. 

Nogueira explica ainda que cerca de 60% a 65% do que chove é armazenado no solo, no lençol freático. Mas para isso, é preciso que não haja chuva com intensidade, para permitir que o solo a absorva. Mas o período de reservação agora é curto, já que a partir de abril tem início uma nova fase seca. “O déficit hídrico do solo vem se agravando e não teremos como repor”, assinalou.
 
Análise
Nossa rotina será de escassez
O desmatamento, a especulação imobiliária e os investimentos mal aplicados estão entre os fatores que levaram o Estado a atual crise de água. Tivemos oportunidades para preservar nossas bacias hidrográficas e a vegetação, mas houve negligência do poder público e nossa. Daqui pra frente vamos precisar aprender a conviver com pouca água e a economizar. Nossa rotina será de escassez.


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