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12/10/2022 às 19h34min - Atualizada em 13/10/2022 às 00h00min

Artigo: Quem é o melhor pai ou mãe?

* Por Ton Kohler

SALA DA NOTÍCIA Jana Fogaça
www.vempradescomplica.com.br
Divulgação
Melhor mãe ou pai é aquele que faz mais esforço? Ou seria só competição mesmo? Para você, a seguinte cena parece comum?
No churrasco entre amigos, as mães juntas narram como foi o desfralde do seu filho e cada uma descreve sua experiência. Ao fim da primeira história a amiga seguinte inicia dizendo: “Mas nossa, o desfralde da minha filha foi mais difícil em razão de...”. Aí vem a terceira amiga e diz “Imagine o meu que fazia isso ou aquilo para não fazer no peniquinho e...”. Assim a conversa segue até que a última mãe narre algum desfecho difícil, e nisso, eu brinco aqui, já estão todas chorando, rezando e pedindo que nossa Sra. Desfralde abençoe quem mais sofreu.
Na roda de homens isso quase não acontece, não há essa disputa pela maior dificuldade enfrentada.

Engraçado como a competição não se dá por quem foi mais afetuoso, quem acolheu mais em um momento de birra, quem deu mais amor e foi mais paciente. Ao narrar mais traumas e menos sucessos, a impressão é que quanto maior a dificuldade, melhor pai ou mãe se é. Esse hábito empurra, principalmente as mães, ao famoso “eu dou conta, fiz tudo sozinha, na raça!”.
Quem foi que disse que dar conta é sinal de saúde e de harmonia familiar? O dar conta é um abraço solitário à sobrecarga, é mal acostumar familiares a serem servidos e, por fim, desestimula a responsabilização e participação.
Peço desculpas aos pais, mas aprendo muito mais com as mães pelo nível de dedicação que elas exercem em suas maternidades. Por outro lado, é comum assistir esses embates sendo transmitidos de geração em geração. O desejo de ser a melhor mãe a custo de prejudicar sua própria saúde, de deixar de lado o autocuidado para provar às matriarcas da família que o conhecimento passado ressoa em suas veias de mulheres de aço, e ainda, precisam lidar com a ausência de reconhecimento de quem recebe tanto amor: os familiares. Muitas vezes, por ter uma rotina parecida com a de muitas mulheres, percebi suas angústias, entendi que o respeito vem de provar ao mundo o quão boas são e só assim sentirem-se aceitas.
Agora, se me permitem a franqueza, a raiz desse problema vai além das competições parentais, ela está ligada ao juízo que fazemos de quanto maior a dificuldade ou sofrimento, mais digno se é, além de ser merecedor de melhor recompensa e reconhecimento.

*Ton Kohler é publicitário e divide a sua rotina de pai solo nas redes sociais por meio do Instagram @papaiemdobro e também em seu canal no YouTube https://www.youtube.com/PapaiemDobro2018 .
Mais informações podem ser obtidas em: https://papaiemdobro.com.br/

 


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