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01/12/2014 às 17h52min - Atualizada em 01/12/2014 às 17h52min

Peixes mortos são recolhidos após rio ficar 'preto' no interior de SP

G1

Depois de dois dias de trabalho, funcionários da Prefeitura de Salto (SP) retiraram 40 toneladas de peixes mortos do córrego do Ajudante. Uma retroescavadeira foi necessária para fazer a limpeza do afluente que desagua no rio Tietê, que foi tomado na semana passada por uma "água preta". Os milhares de peixes mortos foram retirados da água no sábado (29) e domingo (30) e levados para o aterro sanitário da cidade. Com o fim da retirada dos peixes, a Secretaria do Meio Ambiente vai fazer um balanço detalhado de todo o prejuízo causado ao município e elaborar um relatório.

Segundo o secretário João de Conti Neto, o documento será feita para pedir uma investigação sobre a mortandade de peixes no rio Tietê. "Eu vou pedir um prazo para entregar um relatório detalhado, juntando todos os dados que a gente possa embasar e seja o mais completo possível. Juntamente com o Ministério Público, queremos encontrar uma solução para o caso e cobrar, não só o valor da operação, mas principalmente o dano ambiental que aconteceu ", explicou o secretário do Meio Ambiente.

De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), o fenômeno da água preta foi provocado por resíduos que estavam acumulados no solo e no leito do rio. Na tentativa de buscar oxigênio em água limpa, os peixes migraram para o córrego do Ajudante, afluente do rio Tietê, com aproximadamente um quilômetro de extensão, mas não conseguiram sobreviver.

Clima de revolta
A situação chamou a atenção de ativistas ambientais, que foram até o córrego do Ajudante acompanhar a limpeza do manancial. Um grupo de uma ONG de Campinas (SP) manifestou revolta em relação a mortandade dos animais. "É uma cadeia inteira que morreu, não são só esses peixes que estavam na Piracema, que estavam voltando. É toda a sequência", desabafa a ativista, Eliete Ferrari.

Os moradores dos bairros próximos ao córrego também acompanharam a limpeza do córrego neste fim de semana, já que o cheiro forte se tornou um grande problema para quem vive próximo ao local. "Lá em casa é fechado dia e noite, por causa do cheiro. Mesmo assim, ligamos todos os ventiladores e o cheiro ainda entra", finaliza o pedreiro Marcos Vicente Soares.

Tentando respirar
De acordo com o torneiro mecânico Paulo Conti, morador de Salto, os peixes fugiram para o afluente para tentar sobreviver. Conti registrou na quinta-feira(27), em vídeo, centenas de peixes tentando respirar no córrego (veja o vídeo ao lado). “Eu flagrei eles agonizando, tentando respirar. É triste. É lamentável uma situação dessa na cidade”.

Ainda segundo Conti, naquela região do rio Tietê existem várias espécies de peixes, como mandi, lambari, bagre e corimba. "O Corimba tem tamanho acima de 50 centímetros e deve pesar mais de um quilo cada", comenta.

Água preta, marrom e espuma
Internautas enviaram fotos e vídeos à redação do G1 na quinta-feira que mostravam uma "água preta" no trecho do rio Tietê, em Salto. Segundo a internauta Rafaela Paes, moradora da região, o susto foi grande. "A água estava parecendo piche, asfalto derretido. Muito feia a situação", conta.

Segundo ambientalistas, o rio ficou com cor escura durante o dia e a tarde em um trecho de 100 km. No início da noite, uma espuma densa tomou conta de parte do rio que passa por Salto.

Já na manhã de sexta-feira, a cor da água era marrom. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente da cidade, sinal de que a qualidade da água havia melhorado.

Fenômeno natural
Por meio de nota, a Cetesb informou que técnicos vistoriaram diversos trechos do rio Tietê ao longo do dia e constataram que a alteração na coloração da água se deve a um fenômeno natural. A forte chuva dos últimos dias teria carregado resíduos do solo de afluentes e do próprio leito do rio.

Ainda de acordo com a Companhia, esse é um fenômeno comum quando ocorre chuva intensa, principalmente após longos períodos de estiagem. A Cetesb informou ainda que, durante as últimas vistorias, já no período da tarde, a água estava menos turva.

 


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