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07/06/2020 às 15h26min - Atualizada em 07/06/2020 às 15h26min

É #FAKE que primeira-dama do Espírito Santo se curou da Covid-19 com protocolo de cloroquina

Governo e hospital onde ela ficou internada negam afirmação que circula nas redes sociais

Da Redação - Com informações G1

Circula nas redes sociais que a primeira-dama do estado do Espírito Santo, Maria Virgínia Casagrande, se curou da Covid-19 com um protocolo hospitalar com cloroquina. É #FAKE.

A primeira-dama foi internada no Hospital da Unimed em Vitória, que diz que se trata de uma afirmação falsa. O protocolo não é utilizado no hospital. O governo capixaba também nega o boato. “É fake news. A primeira-dama não utilizou o medicamento”, informa a assessoria de comunicação à CBN.


Uma versão da mensagem falsa diz: “Primeira-dama recebe alta após quatro dias em hospital. Terapia recomendada para residência se TC (tomografia computadorizada) for sugestiva de Covid, sem critério clínico de internação: 1. Hidroxicloroquina 2. Azitromicina”.

Em nota oficial, a Unimed Vitória afirma que “adota os protocolos cientificamente comprovados no tratamento à Covid-19” e que “lamenta esse tipo de montagem, que tem o objetivo de confundir a população e levar a interpretações equivocadas sobre um tratamento tão sério, como é o da Covid-19”.

A empresa informa ainda que uma versão do post compartilhado cita duas cooperativas de médicos distintas – Unimed Vitória e Unimed Imperatriz (no Maranhão) – “e que cada uma, pelo princípio cooperativista, tem autonomia para desenvolver e executar ações que julgarem pertinentes às suas necessidades e região”.

Ou seja, pacientes da Unimed Maranhão podem receber o medicamento, mas este não foi o caso da primeira-dama, que foi tratada na unidade de Vitória.

O governo do Espírito Santo divulgou no dia 25 de maio que o governador, Renato Casagrande, e a primeira-dama testaram positivo para Covid-19. Casagrande começou a sentir sintomas leves três dias antes, e ficou em isolamento em casa, seguindo as recomendações médicas, assim como Maria Virgínia, que foi a primeira a apresentar dores no corpo e febre. Ela havia saído de uma internação após sofrer um acidente vascular cerebral.

Ou seja, a mensagem falsa se contradiz: afirma que a primeira-dama tomou cloroquina e azitromicina, mas diz que a associação dos remédios é para casos de pessoas não internadas, sendo que ela passou mais de quatro dias no hospital, do dia 27 ao 31 de maio.

Uma reportagem da versão online do jornal capixaba "A Tribuna" a respeito da alta, datada do dia 31, é usada no boato. Mas o texto não fala em nenhum momento que Maria Virgínia recebeu os medicamentos. Isto é, usaram apenas o título da reportagem para dar um ar de veracidade à mensagem falsa.

O texto da Tribuna diz que no dia 15 de maio a primeira-dama foi internada em um hospital particular da cidade de Cariacica após o AVC, e que os sintomas surgiram após a alta. E aí ela foi para o hospital da Unimed.

O uso da cloroquina tem sido recomendado em protocolo desenvolvido pelo Ministério da Saúde e divulgado no dia 20 de maio. O remédio é associado à azitromicina, e pode ser ministrado desde os primeiros sintomas da infecção pelo coronavírus. O ministério decidiu por preconizar o tratamento por pressão do presidente Jair Bolsonaro, ainda que faltem estudos clínicos que comprovem sua eficácia. Muitos hospitais suspenderam o uso.

Na quarta (3), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, anunciou que a instituição seguirá com os estudos sobre a cloroquina, suspensos por conta das preocupações com relação à segurança do medicamento e seus possíveis efeitos colaterais. Isso aconteceu em meio à controvérsia envolvendo um estudo crítico à droga, publicado na prestigiosa revista médica britânica “The Lancet” dia 22 de maio. Os resultados foram colocados em xeque diante da possível fragilidade na coleta de dados. Os pesquisadores haviam concluído que a cloroquina não é eficaz contra o coronavírus e ainda aumenta o risco de morte do paciente. A publicação foi retirada do ar.


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