Uma adolescente, de 13 anos, admitiu ter matado o próprio pai a facadas na noite deste domingo (23) em Ibatiba, na região do Caparaó capixaba, dentro da casa da família, no bairro Ipê. De acordo com a Polícia Militar, Natalino da Silva Maciel, de 51 anos, estava agredindo a esposa, de 35 anos e mãe da jovem, quando a filha o atacou por trás com a intenção de impedir a violência.
Segundo relatos da PM, Natalino, que estava embriagado, foi atingido por quatro facadas, duas nas costas, uma na nuca e outra no pescoço, vindo a falecer dentro da residência. A esposa informou que foi casada com Natalino por 17 anos e que durante todo esse tempo sofreu violência física por parte do marido, principalmente quando ele estava bêbado.
A adolescente relatou aos policiais que, durante as agressões contra a mãe, o pai começou a procurar uma faca, ameaçando matar a esposa, e que só o atacou por medo dele tirar a vida da mãe. A garota também afirmou que o pai desferiu socos e chutes violentos contra a mãe, versão confirmada pela mulher.
Mãe e filha colaboraram com as autoridades e foram encaminhadas à Delegacia Regional de Venda Nova do Imigrante, onde ficaram à disposição da Justiça. O caso será acompanhado pela Polícia Civil, Conselho Tutelar e Assistência Social.
Violência doméstica no ES
A violência doméstica é um problema que afeta milhares de mulheres no Espírito Santo e em todo o Brasil. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que somente em 2021, foram registrados mais de 13 mil casos de violência contra a mulher no estado, sendo a maioria deles casos de violência física.
Segundo especialistas, a pandemia da COVID-19 contribuiu para o aumento da violência doméstica, já que muitas mulheres se viram presas em casa com seus agressores. Além disso, o isolamento social também dificultou o acesso das vítimas aos serviços de apoio e denúncia.
Diante deste cenário, é fundamental que as mulheres saibam como buscar ajuda em caso de violência doméstica. No Espírito Santo, existem diversas instituições que oferecem atendimento gratuito e especializado para as vítimas, como a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), a Casa Abrigo e a Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência.
Além disso, é importante que a sociedade em geral se conscientize sobre a gravidade da violência doméstica e o papel que cada um pode desempenhar para combatê-la. Isso inclui denunciar casos de violência que sejam presenciados ou suspeitados, bem como apoiar e acolher as vítimas.
O governo estadual tem buscado enfrentar o problema através de ações como a criação do aplicativo “ES na Palma da Mão”, que permite a denúncia de casos de violência doméstica de forma anônima e segura, além da ampliação da rede de atendimento e da realização de campanhas de conscientização.
É preciso que toda a sociedade se engaje no combate à violência doméstica, garantindo que as mulheres possam viver livres do medo e da opressão em seus lares e em suas comunidades.
