Quatro professores foram presos durante a Operação Mestre Oculto, deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) nesta quarta-feira (25), nos municípios de Rio Bananal e Linhares, no norte do Estado. Segundo o MPES, eles faziam parte de um esquema criminoso montado para a obtenção de diplomas de curso superior, visando especialmente à nomeação em cargos públicos.
Duas prisões foram feitas em Rio Bananal e duas em Linhares. Entre os presos estão três mulheres, que foram levadas para o Presídio Feminino de Colatina, e um homem, encaminhado para o presídio de Linhares.
Também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Rio Bananal e Linhares. Os integrantes do MPES vão analisar os malotes com documentos, além de celulares e computadores apreendidos. Há suspeitas de que casos ilícitos similares estejam em andamento em outras cidades do norte do Estado.
Segundo o promotor de Justiça do Gaeco-Norte e responsável pela operação, Bruno de Freitas Lima, as investigações continuam sob sigilo. Ele explicou a importância de se desarticular esse esquema de diplomas falsos na rede de Educação. "Um serviço público fundamental está sendo afetado e toda a população acaba sofrendo, pois o município acaba contratando pessoas com diplomas falsos, desqualificadas para exercer a função", destacou.
O promotor de Justiça de Rio Bananal, Adriani Ozório do Nascimento, informou como as investigações começaram e que as apurações iniciais apontam para um esquema fraudulento que envolve mais de 150 pessoas. "Uma investigação do Controle Interno do município de Rio Bananal comparou os diplomas com os locais de trabalho de determinados professores e se verificou indícios irregulares na expedição dos documentos. Criamos uma linha investigativa e descobrimos que tinha mais de 150 pessoas envolvidas nesse esquema na comarca de Rio Bananal. Cada uma delas receberá um procedimento investigatório, para depois sabermos a responsabilidade criminal e civil de todos", afirmou.
O capitão da PM, Jaime Schwartz, do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar junto ao MPES, explicou que a PM trabalhou nessa operação em duas vertentes. "Nós contamos com o apoio do batalhão local, com as viaturas e os militares caracterizados, que fizeram a primeira abordagem, a segurança de alguns locais, e auxiliaram na entrada dos endereços; e também com o Núcleo de Inteligência que participou auxiliando o Gaeco e a Promotoria de Justiça de Rio Bananal com ações de inteligência para produzir conhecimento para a investigação. Com a produção desse conhecimento, foram expedidos os mandados solicitados e, durante o cumprimento, mais uma vez, o Núcleo de Inteligência participou coletando dados e documentos", destacou.
A Operação Mestre Oculto contou com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte) e da Promotoria de Justiça de Rio Bananal, que tiveram o auxílio do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP) e do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES.
O promotor de Justiça e coordenador do Gaeco Norte, Claudeval França Quintiliano, os promotores de Justiça do Gaeco-Norte, Leonardo Augusto Cezar dos Santos e Fabrício Admiral, e assessores do MPES também participaram da operação, além de 13 policiais militares do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e mais seis policiais militares do batalhão local.