Uma mulher precisou levar 38 pontos no pé direito após ter sido atacada por um animal na água do mar em Vitória, próximo da ilha do Boi. O caso aconteceu no domingo (11) e ela acredita que possa ter sido um tubarão. O biólogo Flávio Coelho viu imagens da mordida e disse que a hipótese não deve ser descartada, mas que não é motivo para pânico nas praias.
Rosilda contou que foi a dor mais forte que já sentiu. "Eu achei que ia morrer, foi muita dor. Minha boca ficou seca, deu muita sede na hora, e só consegui pedir socorro. Não vi o que estava me mordendo, mas Deus me deu a força de ainda conseguir tirar fora e sair correndo", contou.
Ela contou que antes do ataque, estava sentada em algumas pedras próximo de uma praia na Ilha do Boi, na capital, e lavava alguns peixes que haviam sido pescados pela família. Segundo Rosilda, a água do mar não passava da altura do joelho dela.
"Foi logo uma bocada. Eu senti o bicho balançando a cabeça mordendo a minha perna. Não vi o que era, só percebi que era meio 'raspienta' a pele", relatou.
Rosilda estava no local com as noras e os netos. O marido e os filhos estavam mais longe, perto da Terceira Ponte, onde ainda pescavam mais peixes. O esposo Jailson Rodrigues contou que pesca no local desde os 13 anos de idade e que também costumava nadar nas proximidades. Ele ficou impressionado com o que aconteceu.
"Até então, logo que eu cheguei, achei que tinha sido alguma enguia, caramuru. Mas depois que o médico mexeu, fez a limpeza, os pontos, ele me chamou e disse que poderia ser uma mordida de cação", contou.
O biólogo Flávio Coelho, da Prefeitura de Vitória, disse que é difícil confirmar que o ataque tenha sido feito por um tubarão e também que não há registros de casos desse tipo na região, mas que a hipótese não deve ser descartada. Ele analisou imagens da mordida no pé de Rosilda.
"A gente tem que entender é que o mar é um ambiente contínuo, não tem barreiras para os animais continuarem se movimentando. Da mesma forma que a gente vê pinguins, golfinhos, baleias chegando na costa, tubarões também podem estar. Haja vista a gente sempre ver pescadores pegando cações. Não dá para descartar que tenha sido um pequeno tubarão, até porque ele teve um convite, que foi o sangue dos peixes que estavam sendo lavados", disse.
Mesmo assim, segundo ele, não há motivo pra pânico nas praias da Grande Vitória. "A presença do sangue, das vísceras levou a esse acidente, mas via de regra, não somos presas de tubarão. Eles não enxergam a gente como comida, preferem peixes, outros animais com gordura interessante para eles", explicou o biólogo.
Ele informou que vai até a casa da vítima para analisar de perto o ferimento. Enquanto se recupera, do susto e da dor, Rosilda disse que só pensa em uma coisa: "Ainda bem que ele não pegou a minha mão, que foi meu pé. E também agradeço por estar viva e poder contar essa história para vocês", finalizou.