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12/12/2017 às 10h28min - Atualizada em 12/12/2017 às 10h28min

ES tem maior percentual de mortes por armas de fogo entre menores de 19 anos no Brasil, aponta Abrinq

Informação é de estudo da Fundação Abrinq sobre o cenário da infância e adolescência no Brasil. Espírito Santo registrou 27,65% de homicídios entre menores de 19 anos em 2015.

G1 ES

 

O Espírito Santo registrou o maior percentual de mortes por armas de fogo entre menores de 19 anos do Brasil, de acordo com um estudo da Fundação Abrinq, divulgado nesta terça-feira (12).

A pesquisa usou dados do ano de 2015 para traçar as análises. No Espírito Santo, 27,6% do percentual de homicídios registrados em 2015 foram contra menores de 19 anos. O valor é maior que a média nacional, que é de 20,7%.

Os outros piores índices estão no Distrito Federal (27%), Alagoas (25,2%), Piauí (24,3%) e Rio Grande do Norte (24,1%). O Acre é o estado com o melhor índice, apenas 12,9% dos homicídios de 2015 foram entre menores de 19 anos.

Histórias

Foram 302 mortes de menores de 19 anos, no Espírito Santo, no ano de 2015. Dezoito entre as idades de 10 e 14 anos; e 284 entre as idades de 15 e 19 anos.

Entre os registros, está o do crime contra o estudante de 15 anos, Éberthon Carlos da Silva. Ele ajudava uma amiga a estudar matemática, quando um homem atirou três vezes contra ele, no dia 15 de outubro de 2015. A amiga também ficou ferida. O crime aconteceu na Serra, Grande Vitória.

O adolescente era menor aprendiz em uma rede de lojas de departamento, trabalhava na parte da manhã e saía para estudar no horário noturno. Éberthon morreu em cima dos livros. Minutos após o crime, um padre da comunidade chegou ao local e orou sobre o corpo ensaguentado do estudante.

Um mês antes, no dia 24 setembro de 2015, um outro adolescente foi morto a tiros dentro de uma oficina em Cachoeiro de Itapemirim. Eduardo Nascimento, conhecido como Duliduli, tinha completado 15 anos tinha uma semana e já tinha passagens pela polícia. A investigação apontou que ele foi morto por causa de desentendimento com um vizinho.

Em Vila Velha, um outro caso chamou a atenção, dessa vez, envolvendo duas crianças. Um menino de 11 anos morreu após ser baleado acidentalmente na cabeça pelo amigo, de 12 anos. Os dois estavam brincando com uma arma, quando um deles apertou o gatilho e atingiu o outro na cabeça.

Menores infratores

No Espírito Santo, a taxa de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas é de 2,2 a cada mil adolescentes entre 12 e 18 anos. A taxa é a terceira maior do Brasil, ficando atrás somente do Acre (4,5) e Distrito Federal (3,5).

O número também é maior que a média nacional e a média da região Sudeste, que são de 1 e 1,5 a cada mil habitantes.

Taxas

Com relação à taxa de homicídios de menores de 19 anos, o Espírito Santo é o segundo maior do país: são 33,7 óbitos por 100 mil habitantes. O estado só fica atrás de Alagoas, que possui taxa de 36 por 100 mil.


A taxa de mortes por causas externas, que leva em consideração tanto mortes por acidente e violência, o Espírito Santo também ocupa a primeira posição no ranking de piores taxas. No estado, a taxa é de 53,3; seguido de Roraima (52,5) e de Alagoas (50,2).

Estudo

O estudo “A Criança e o Adolescente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) analisou todos os indicadores que impactam na vida de crianças e adolescentes: saneamento básico, habitação e violência.

O ODS foi um documento assinado pelos países membros das Nações Unidas e descreve 17 objetivos e 169 metas a serem cumpridas para um mundo mais justo e sem desigualdade.

Apesar disso, a Fundação Abrinq afirma que, se mantida a velocidade atual, o Brasil dificilmente vai cumprir os objetivos acordados com a ONU.

Entre os dados divulgados, o Espírito Santo é um dos cinco estados que registraram o menor déficit do acesso a rede coletora de esgoto. Cerca de 21,5% das residências do estado não possuem acesso a esgotamento sanitário. No Amapá, estado com maior índice, o percentual é de 95,4%.

Também na taxa de suicídios de menores de 19 anos, o Espírito Santo aparece com uma das menores taxas: 0,8 a cada 100 mil habitantes. O maior índice é registrado em Roraima: 6,5 a cada 100 mil habitantes.

 


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