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12/05/2021 às 08h21min - Atualizada em 12/05/2021 às 10h40min

Transformar a loja física em centro de distribuição é caminho sem volta no varejo brasileiro

A pandemia causada pelo coronavírus mudou as relações de compra em diversas áreas. Diante do cenário, as empresas buscam novas formas de se aproximar do consumidor digital

DINO

Através de um panorama entre os hábitos de compra antes da pandemia de covid-19 e o momento atual é possível notar que o varejo e o consumidor mudaram ao longo do tempo. Se antes era preciso ir até a loja para escolher o produto, pagar e levar para casa, hoje a situação é outra: compras por sites , aplicativos, WhatsApp ou até pelo telefone e recebe sem ter que sair de casa. Essa se tornou uma realidade imposta pelas medidas de restrição e isolamento social, mas que apresenta uma tendência de continuar no futuro pelos benefícios e pelas vantagens que trouxe aos cidadãos. Dessa forma, as lojas físicas precisarão assumir um novo papel daqui por diante. No processo, elas vão se transformar em centros de distribuição.

É uma quebra de paradigma interessante no varejo. A ideia de integração de canais de vendas (o omnichannel, debatido nos últimos anos) passou da teoria à prática - ainda que de forma abrupta por conta do avanço do novo coronavírus. Com o intuito de respeitar as regras impostas para prevenir o contágio, as pessoas recorreram ao ambiente digital, e as empresas não tiveram alternativa senão disponibilizar essas ferramentas a seus clientes. A prática surtiu efeito, e um levantamento da agência de marketing digital Raccoon para o projeto E-commerce Brasil mostra que nove em cada dez (89,1%) profissionais ligados ao varejo acreditam que as estratégias digitais terão mais importância no pós-pandemia.

Essa aceleração digital está mudando a percepção da própria loja física, que se posiciona como um elemento importante das entregas, principalmente entre as grandes redes do país. Dois fatores principais explicam esse cenário. O primeiro deles diz respeito à própria mudança da experiência de compra. Se o consumidor não vai mais à loja, essa precisa ir ao encontro do consumidor - e com mais eficiência do que os concorrentes.

Isso se revelou um desafio para a logística nacional, que de uma hora para outra encarou aumento de demanda e na de pressão por entregas mais rápidas. Em alguns casos, as compras precisam ser entregues no mesmo dia, como itens de farmácia e supermercados. Assim, levar o produto da loja mais próxima até o usuário é muito mais eficiente, barato e simples do que transportar o pedido desde o centro de distribuição.

O segundo fator decorre da presença de novos modelos logísticos no mercado brasileiro. Há pouco tempo, o varejista não tinha muitas escolhas na hora de garantir o transporte de suas mercadorias para pedidos nos canais digitais. As empresas menores ficavam reféns dos Correios, enquanto as maiores recorriam às transportadoras, que, por sua vez, encontravam dificuldades para realizar o último trecho das entregas. Agora, com o advento do conceito de crowdshipping (em que cidadãos comuns com veículos transportam encomendas), foi possível dinamizar esse serviço, permitindo redução no tempo - algo a ser considerado em um cenário pandêmico.

Para essa realidade funcionar, é preciso que as lojas físicas sigam o exemplo de seus consumidores e também adotem a tecnologia em seus processos - e não apenas como canais de vendas e de relacionamento. Grande parte dos principais problemas logísticos que as empresas enfrentavam no Brasil obtiveram soluções com o apoio de TI integradas nos sistemas de gestão. Hoje, há plataformas de crowdshipping que conseguem combinar inteligência artificial e machine learning para entregar a melhor experiência ao lojista e ao cliente, conectando rapidamente os entregadores e avisando qual loja mais próxima tem estoque para determinado pedido. O ambiente tende a economizar tempo e dinheiro.

Os desafios que cercam o varejo brasileiro ainda são muitos, mesmo com um ano de pandemia. A doença tende a manter a necessidade do isolamento social, obrigando os estabelecimentos a continuarem de portas fechadas e operando quase que exclusivamente nos canais digitais. Contudo, mesmo com as incertezas, é possível visualizar que as lojas físicas não serão mais as mesmas no futuro. Elas devem se transformar no hub da marca, combinando vendas, relacionamento e centro logístico ao mesmo tempo.

*Por Vinicius Pessin, CEO da Eu Entrego, startup de entregas colaborativas - e-mail: [email protected]

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