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24/07/2015 às 17h32min - Atualizada em 24/07/2015 às 17h32min

Exigência de simulador vai deixar carteira de motorista 40% mais cara no Estado

O setor ainda sofre com as baixas da crise econômica. A procura por novas habilitações ou troca de categoria caiu cerca de 40% no Estado, segundo a Sindauto

Gazeta Online

Os Centros de Formação de Condutores (CFC's) de todo país tem até o dia 31 de dezembro deste ano para adquirir um simulador de direção veicular, caso contrário, terão suas atividades suspensas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). A resolução nº 543 que torna o uso do aparelho obrigatório nas autoescolas foi publicada nesta semana pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A nova exigência deve tornar o custo da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) 40% mais cara.

O uso do simulador deveria ter se tornado obrigatório para a categoria B ainda em 2013. Nesta época, as empresas tiveram um prazo para adquirir ou alugar o equipamento. Mas a data de validade foi adiada até que, em junho de 2014, o Contran decidiu que o uso do aparelho na formação de novos motoristas seria opcional.

Durante este período, seis dos 258 CFC's existentes no Espírito Santo adquiriram o aparelho, segundo Carlos Gaúdio, diretor de Habilitação e Veículos do Detran. No Estado, o uso era facultativo. Apenas no Acre, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Sul o uso do simulador em aulas práticas já era obrigatório.
Gaúdio diz que o aparelho pode ajudar a reduzir o número de acidentes com novos motoristas. "Os Detrans que já utilizam o simulador observaram que o índice de acidentes e a formação do candidato ficou melhor. O candidato vai com mais segurança para o trânsito. Então, esses Detrans em conjunto e observando essas melhorias pleitearam junto ao Contran a obrigatoriedade no uso do simulador", explicou.
Inicialmente, a determinação vale para a retirada da habilitação na categoria B, ou seja, condução de carros de passeio. Numa segunda etapa, será obrigatório o uso do simulador para dirigir veículos comerciais, caminhão, ônibus e motos. Assim, os candidatos à obtenção da CNH ou mudança de categoria serão obrigados a fazer, no mínimo, 5 horas/aula de simulação. Uma delas deve ser com conteúdo noturno.
Ao todo, são necessárias 25 horas ao volante para tirar a carteira de motorista na categoria B. As aulas no aparelho devem ocorrer após o aluno ter feito o curso teórico e antes de iniciar a prática nas ruas, segundo informou Carlos Gaúdio.
Preço maior
O valor das taxas cobradas pelo Detran para a retirada da CNH, como exame médico, exame psicológico e taxas de serviço, não sofrerá alteração. Atualmente ela gira em torno de R$ 433,37. Entretanto, os custos cobrados pelas autoescolas devem ficar 30% mais caro, saltando da média atual de R$ 1.400 para mais de R$ 2 mil.
O preço médio de um simulador no mercado é R$ 40 mil. Ou seja, o valor de um veículo popular zero quilômetros modelo básico. Além desse custo, o presidente do Sindicato das Auto Escolas do Espírito Santo (Sindauto-ES), Anderson Perosini, alega que as empresas vão ter gastos a mais com a consumo de energia, além de adequar suas instalações físicas para que comportem o novo equipamento. Fora a manutenção mensal do equipamento que varia de com o número de aulas ministradas, um valor que pode chegar a R$ 1500.
"A partir do momento que tem a obrigatoriedade do simulador na empresa, o Centro precisar ter 15 metros quadrados a mais para comportar o equipamento. Todo esse custo vai ser repassada para o contribuinte. A carteira deve sofrer um aumento de R$ 300 a R$ 400 só pela aquisição do simulador pelo CFC", disse.
Perosini ainda afirma que as autoescolas já estão com um gasto elevado para cumprir um Termo de Ajuste de Conduta (TAC): até outubro as empresas devem se adequar para atender o Portador de Necessidade Especial, sendo mais acessíveis. 
Crise
O setor ainda sofre com as baixas da crise econômica. A procura por novas habilitações ou troca de categoria caiu cerca de 40% no Estado, segundo a Sindauto. Algumas empresas ainda aguardam desde 2013 a chegada dos simuladores e movem ações judiciais para reverter a situação. No país, pelo menos 13 mil empresas vão precisar se adequar as novas exigências do Contran.


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