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30/09/2020 às 10h45min - Atualizada em 30/09/2020 às 10h45min

Empresa quer implantar parque eólico no Litoral Sul do ES

Projeto, que ainda precisa passar pela avaliação de órgãos ambientais, é de empresa com sede no Rio de Janeiro

Da Redação
A empresa Votu Winds, com sede no Rio de Janeiro e formada por investidores nacionais e estrangeiros, desenvolveu um projeto para a instalação de um parque eólico offshore (no mar) no Sul capixaba, no litoral dos municípios de Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy. A informação foi confirmada à coluna pelo representante da companhia, Thierry Dor. De acordo com ele, há um trabalho sendo realizado para viabilizar o negócio, mas o projeto ainda é preliminar.

"A nossa política é de primeiro ir aos órgãos oficiais, apresentar os documentos às instituições competentes, para só então divulgar à imprensa, torná-lo público. Não existe caminho definido. É muito difícil afirmar que a gente vai fazer porque depende da avaliação das agências. O que posso te dizer é que existe bastante estudo e estamos fazendo um trabalho para viabilizá-lo", disse Thierry Dor, representante da Votu Winds.


Ainda que o executivo não tenha entrado em detalhes, algumas informações sobre o projeto chegaram a ser divulgadas pelo site especializado em energia "epbr". De acordo com a publicação, que teve acesso a documentos enviados aos órgãos de licenciamento, a Votu Winds “vê a possibilidade de instalação de parques eólicos com 480 MW, em três fases, totalizando 1.440 MW (megawatts) de capacidade instalada”.

Para isso, será necessário instalar 48 turbinas (aerogeradores) de 10 MW de capacidade em cada parque. O site também informa que a empresa escolheu o Litoral Sul capixaba ser por “uma região com intensa atividade offshore, graças aos complexos portuários, a movimentação de cargas e a atividades de exploração e produção de petróleo e gás”.

NORUEGUESA EQUINOR TEM PROJETO EÓLICO PARA O ES
Além do projeto da Votu, há outro empreendimento voltado para a produção de energia renovável no Estado, o da Equinor. A companhia norueguesa tem em seus planos, conforme informações da Agência Estado, construir dois parques eólicos entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, de 2 gigawatts (GW) cada, por meio dos projetos Aracatu I e Aracatu II, que juntos terão uma potência instalada capaz de abastecer o equivalente a 2 milhões de casas.

O primeiro pretende escoar a energia por meio de cabos para uma subestação no município de Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense, já o segundo prevê o escoamento para a cidade de Itapemirim, no Sul capixaba.

Os parques, que se aprovados terão juntos 320 aerogeradores, deverão ficar a cerca de 20 quilômetros da costa. Aracatu I e Aracatu II são os primeiros projetos de energia eólica da Equinor no Brasil, mas lá fora, a multinacional já desenvolve diversos empreendimentos nessa área renovável, como com parques eólicos no Reino Unido, na Escócia, na Alemanha e nos Estados Unidos.

MAIS INVESTIMENTOS EM ENERGIA RENOVÁVEL
Para o presidente da Associação Brasileira de Eólicas Marítimas (Abemar), Marcello Storrer, a proposta de mais negócios nessa área é positiva para o setor e importante para estimular investimentos na área de energia renovável no Brasil. Ele pondera, entretanto, que ainda é preciso avançar muito em relação às autorizações e normas para a implantação de parques eólicos offshore.

“Vejo com muito bons olhos. O Brasil precisa de mais projetos. E precisamos de mais empresas para conseguir avançar no Proinfa II (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica).”

Assim como Marcello Storrer, algumas fontes ouvidas pela coluna consideram que investimentos em energias renováveis devem ser estimulados, mas avaliam que ainda vai levar tempo para esses projetos amadurecerem não só no Estado mas em todo o país.

"É muito interessante, mas não vejo isso ser viabilizado no curto prazo. Ainda existem muitas barreiras", analisou um especialista.

Outra fonte lembra que o Brasil precisa ter uma diretriz voltada para oferecer mais energia limpa e renovável, mas pondera que será necessário debater e superar algumas discussões, como se esse tipo de atividade pode vir a criar zonas de exclusão para pesca e navegação.

Vale lembrar que o Brasil não tem nenhum parque eólico no mar. Existem projetos em avaliação em órgãos como o Ibama, mas nenhum deles prestes a ser viabilizado.

O empreendimento que estava mais avançado na fase de licenciamento, o Parque Eólico Offshore Caucaia, no Ceará, sofreu recentemente uma derrota. Em agosto deste ano, o Ibama recomendou que o pedido de licença prévia feito pela empresa BI Energia fosse indeferido (negado).


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