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31/03/2015 às 22h48min - Atualizada em 31/03/2015 às 22h48min

Criança de seis anos desmaia após cheirar cocaína dentro de casa

O menino foi encaminhado para um abrigo já que a mãe foi indiciada por negligência. A droga pertencia ao padrasto dele, segundo a polícia

Gazeta Online

Um menino de 6 anos precisou ser internado em um hospital depois de usar cocaína, na noite de segunda-feira, dentro de casa, em Cariacica. O garotinho teve alucinações, ânsia de vômito e arritmia cardíaca devido ao uso da droga, que pertencia ao padrasto. Para a polícia, a criança disse acreditar que o entorpecente era farinha. 

Por volta das 21 horas, o menino estava em casa na companhia de um dos irmãos mais velhos, de 20 anos. A mãe havia saído de casa para ir à igreja, segundo os primeiros levantamentos da Polícia Civil. Ao se ver sozinho na sala da residência, o menino pegou dois papelotes de cocaína que estavam atrás da televisão da sala. 


De acordo com a polícia, a criança teria aberto um dos papelotes e o cheirado. Ao abrir o segundo, ele fez o mesmo, mas não conseguiu terminar de usar toda a droga, pois começou a passar mal.

“O irmão mais velho, que estava na casa, encontrou a criança tendo convulsões e ânsia de vômito. Ao perceber que a situação era grave, ele acionou uma ambulância do Samu-192 que levou o menino para o hospital”, descreveu o delegado, Lorenzo Pazolini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). 

Internação
O menino foi levado para o Hospital São João Batista, em Boa Sorte, Cariacica, e permaneceu internado até a manhã desta terça-feira. Os médicos comunicaram à polícia que um exame toxicológico confirmou a presença de cocaína no organismo do garoto. O menino apresentou arritmia cardíaca, suor excessivo, ânsia de vômito e linguagem desconexa.

Após passar por uma desintoxicação, a criança recebeu alta e foi levada, juntamente com a mãe, uma dona de casa de 40 anos, para a delegacia.

Criança presenciava padrasto e amigos usando a droga 
Lá, o menino disse que acreditava que a droga era farinha. “A criança não frequenta escola, mas é esperta e bem articulada. Ela contou que repetiu o que presencia, uma vez que o padastro leva pessoas até a casa para fazer uso daquele pó branco, que na verdade é cocaína”, descreveu o delegado.

De acordo com os levantamentos da polícia, o entorpecente pertencia ao padastro da criança. O homem de 32 anos, já esteve preso pelos crimes de tentativa de assassinato e lesão corporal e conseguiu alvará de soltura em novembro de 2014.

O homem não possui mandado de prisão em aberto, por isso não terá o nome divulgado. Ele não foi localizado pelos policiais da DPCA, que o procuraram na residência da família, para prestar depoimento na delegacia sobre a origem da cocaína inalada pela criança.

Desde o início do relacionamento, há quase dois meses, o suspeito mora na casa onde a mulher e os quatro filhos dela, de 6, 12, 20 e 22 anos, residem em Cariacica. 

Lorenzo Pazolini disse que o padastro usava a casa para armazenar as drogas que comercializa.

“No momento em que ocorreu a inalação, há suspeitas de que o padastro estivesse na rua vendendo drogas. Vamos apurar todas as informações necessárias e ao final do inquérito, ele pode vir a ser indiciado pelo crime de tráfico de drogas”, explicou o delegado da DPCA.

Mãe será indiciada por negligência
A mãe do menino, uma dona de casa de 40 anos, prestou depoimento na manhã desta terça. Ela será indiciada pelo crime de negligência, como explica o delegado Lorenzo Pazolini. “A mãe sabia que o namorado guardava droga em casa. Ela expôs o filho ao perigo”, informou.

Para a polícia, a mãe admitiu ter sido usuária de drogas, mas diz que não é mais viciada. Ela demonstrava preocupação, segundo o delegado.

“A mãe demonstrou desespero pelo risco que o filho correu. O menino não chegou a ter uma overdose, mas foi bem próximo devido aos efeitos”, pontuou Pazolini.

Criança foi para abrigo 
O menino foi retirado da residência e levado para um abrigo por conselheiros tutelares. A medida cautelar, chamada de acolhimento institucional, prevê resguardar a criança de situações semelhantes. 

A mãe perdeu o poder sobre o filho, que será entregue para familiares. “Parentes de Minas Gerais já entraram em contato na tentativa de ficar com a criança. Porém, serão realizados estudos sociais por uma equipe multidisciplinar para saber se esses familiares estão aptos para receber esse menino”, detalhou o delegado.

O Conselho Tutelar de Cariacica também irá acompanhar o outro menor que vive na casa, um adolescente de 12 anos, que é irmão do menino que usou a droga.


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