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07/05/2020 às 17h27min - Atualizada em 07/05/2020 às 17h27min

Capixaba descobre ser 'presidente da República' ao pedir auxílio de R$ 600

Desempregada teve benefício emergencial negado pelo governo por ocupar o cargo mais importante do país, segundo informações na Carteira de Trabalho Digital. Ela tenta corrigir erro, mas não sabe como fazer

A Gazeta

Desempregada desde o ano passado, Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, 31 anos, teve o pedido do auxílio emergencial negado por ter dois empregos em aberto, segundo a Carteira de Trabalho Digital. Em um dos contratos, a capixaba ocupa o cargo de 'presidente da República' pela Secretaria de Estado de Educação (Sedu). O outro vínculo que está a impedindo de contar com a ajuda federal é de auxiliar de secretaria pela Prefeitura de Vila Velha.

O problema enfrentado pela moradora da Região da Grande Terra Vermelha é apenas um entre muitos casos semelhantes de pessoas que estão sem trabalho e sem assistência neste período de pandemia do novo coronavírus. Erro na base de dados usada pela Dataprev para dizer quem deve ou não ser contemplado pelo benefício do governo está deixando vários profissionais fora do programa de transferência de R$ 600 a R$ 1.800.


Cursando Gestão em Recursos Humanos, a Adeyula teve seu contrato encerrado com a Sedu em agosto de 2019. Lá ela trabalhava como cuidadora infantil. Antes, ela atuava como auxiliar de secretaria pela Prefeitura de Vila Velha. Apesar de o vínculo ter sido interrompido, a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), uma das bases usadas na análise do auxílio emergencial, diz que ela permanece como servidora municipal.

Para tentar resolver a situação, ela entrou em contato com os Recursos Humanos (RH) da prefeitura, mas ninguém atendeu. Tentou falar com a ouvidoria, que aconselhou a procurar o RH. Ela também tetou falar com a Sedu para entender porque o cargo dela na carteira de trabalho está "presidente da República", mas ninguém atendeu. Na casa da Adeyula, apenas o marido está empregado. Com o salário dele são pagas as despesas de da família, composta pelo casal e pelos dois filhos pequenos. Segundo ela, o esposo teve o salário reduzido por conta do coronavírus, o que agravou a necessidade do auxílio emergencial.

Adeyula conta ainda que o problema não é exclusivo dela. Outras pessoas estão tendo a mesma dificuldade porque não foi dado baixa na admissão delas. "Temos um grupo no Whatsapp com pelo menos sete pessoas que estão na mesma situação que a minha. Elas trabalhavam, foram exoneradas, mas na Rais continuam como se estivessem trabalhando", explica.


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