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30/09/2024 às 09h30min - Atualizada em 30/09/2024 às 09h30min

Entenda como é feito o cálculo de votos para determinar que um vereador seja eleito

Quociente eleitoral, quociente partidário e as sobras. Você sabe como funciona?

Da Redação - Kennedyemdia.com.br
Com informações TRE-SP
Nas eleições de 06 de outubro, os 13.290 de eleitores e eleitoras de Presidente Kennedy vão escolher cerca de nove vereadores para a Câmara Municipal pelo sistema proporcional de votação. Mas como é feito o cálculo para determinar quais representantes são eleitos? Por que muitas vezes um candidato ou candidata com menos votos conquista o mandato, e outro com mais votos não se elege? Como é determinada a escolha desses parlamentares?
 
Isso se deve ao sistema proporcional de votação, que é utilizado no país nas eleições para câmaras municipais, assembleias legislativas e Câmara dos Deputados. Já nas eleições para prefeituras, governos estaduais, Senado e Presidência da República, é adotado o sistema majoritário, em que aquele ou aquela que recebeu mais votos se elege.
 
Por que existe o sistema proporcional? A ideia é fortalecer os partidos políticos, que são um dos pilares da democracia representativa. Nela, diferentes pessoas com afinidades ideológicas se organizam em uma agremiação partidária para disputar eleições. Dessa forma, diversas correntes de pensamento são eleitas para os parlamentos municipais, estaduais e Câmara dos Deputados, representando um recorte da sociedade.
 
E como isso funciona? Por meio de dois cálculos chamados quociente eleitoral e quociente partidário. Isso parece um pouco complicado, mas para se eleger o candidato ou candidata precisa apenas cumprir dois requisitos:
- 1. ter votação equivalente a pelo menos 10% do quociente eleitoral;
- 2. estar dentro das vagas a que o seu partido ou federação terá direito — isso é determinado pelo quociente partidário.

 
Para fazer o cálculo de quociente partidário, as federações de partidos são consideradas como um único partido político. Já as coligações para eleições proporcionais foram extintas em 2017.
 
Mas, afinal, como são feitos esses cálculos?
 
Quociente eleitoral
O quociente eleitoral é calculado dividindo-se a quantidade de votos válidos para determinado cargo pelo número de vagas para aquele cargo.
Fórmula do Quociente Eleitoral

Fórmula do Quociente Eleitoral

Por exemplo, nas eleições para vereador de Presidente Kennedy em 2020, foram 10.871 votos válidos para a eleição proporcional. A Câmara Municipal tem 09 vagas de vereador. Então, em 2020, para calcular o quociente eleitoral naquele ano, dividiu-se 10.871 por 9. O resultado foi 1.208 (esse foi o quociente eleitoral  em 2020).
 
O primeiro requisito que o candidato ou candidata precisa cumprir para se eleger é ter votos equivalentes a pelo menos 10% do quociente eleitoral. Ou seja, isso seria 121 votos.
 
Mas, como não existe fração de voto, o que vem depois da vírgula é arredondado. Se for menor ou igual a 0,5, a fração é desprezada. Quando a fração é maior que 0,5, arredonda-se para cima. 
 
O número de vagas para as câmaras municipais é definido em lei orgânica de cada município, respeitando o limite máximo estabelecido pela Constituição Federal (art. 29, inciso IV), de acordo com o número de habitantes da cidade.
 
Quociente partidário
O quociente partidário define o número de vagas a que cada partido terá direito. Esse cálculo é feito dividindo-se a quantidade de votos válidos para determinado partido ou federação pelo quociente eleitoral. Em eleições gerais, a conta é feita separadamente para cada cargo (deputado estadual ou deputado federal).
Fórmula do Quociente Partidário

Fórmula do Quociente Partidário

Por exemplo, nas eleições para vereador de Presidente Kennedy em 2020, imagine que um partido tivesse recebido 2 mil votos válidos no total. A soma para se fazer esse cálculo engloba os chamados votos nominais (dados especificamente a um candidato ou candidata) e os chamados votos de legenda (dados diretamente ao partido político).
 
Para determinar a quantas vagas na Câmara Municipal de Presidente Kennedy esse partido teria direito, seria necessário dividir 2 mil pelo quociente eleitoral daquele ano na cidade, que foi de 1.208. O resultado dessa conta é 1,655629... Como não existe fração de vaga, o que vem depois da vírgula é desprezado (não há arredondamento para o quociente partidário). Ou seja, nesse caso hipotético, esse partido teria direito a 1 vaga.
 
Então, para conquistar o mandato de vereador de Presidente Kennedy em 2020, um candidato ou candidata de um partido que tivesse 2 mil votos precisaria ter pelo menos 121 votos (10% do quociente eleitoral) e ser o mais votado do seu partido para se eleger e ficar com a vaga.

Cálculo das sobras
Mas o que acontece se, depois que são feitos esses cálculos, ainda sobrarem vagas que não foram preenchidas? Nesse caso, é feita uma espécie de repescagem por meio do cálculo da média, que vai determinar quem ficará com essas vagas — também chamadas de sobras.

Foi o que aconteceu em Presidente Kennedy em 2020, por exemplo, quando 5 dos 9 vereadores foram eleitos por média (os outros foram eleitos por meio do quociente partidário).
 
Nas Eleições 2022 (para deputados estaduais e federais), para ter direito a uma vaga pelo cálculo da média, também era preciso cumprir dois requisitos:
- 1. o partido ou federação precisaria ter conseguido votos equivalentes a pelo menos 80% do quociente eleitoral;
- 2. o candidato ou candidata tinha que ter recebido votação nominal mínima de pelo menos 20% do quociente eleitoral.

 
Depois disso, ainda havendo vagas residuais, as cadeiras eram distribuídas aos partidos que apresentassem as maiores médias (desde que tivessem cumprido os dois requisitos anteriores). Era o que determinava a Lei 14.211/2021.

No entanto, em julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou essa regra da última etapa da distribuição das sobras. Agora, todas as legendas podem participar da última etapa (as sobras das sobras), independentemente de terem alcançado a cláusula de desempenho. 
 
E como é feito o cálculo da média de cada partido político? É preciso dividir a quantidade de votos válidos que o partido recebeu para determinado cargo pelo quociente partidário (que corresponde ao número de vagas obtidas pelo partido) acrescido de 1.
Fórmula das sobras

Fórmula das sobras

Se houver apenas uma vaga a ser preenchida, o partido que obtiver a maior média fica com a vaga da sobra.
 
Se estiver sobrando mais de uma vaga, essa operação é repetida até que todas as vagas sejam preenchidas, entre os partidos que obtiveram votos equivalentes a pelo menos 80% do quociente eleitoral e candidatos ou candidatas com votação nominal mínima de pelo menos 20% do quociente eleitoral. Nesse caso, se um partido já obteve uma vaga pelo cálculo da média, para disputar as próximas sobras, na hora da divisão o número de vagas obtidas por média por esse partido deve ser somado ao número de vagas que ele obteve originalmente, acrescido de 1. Assim:
Fórmula das sobras 1

Fórmula das sobras 1

Cálculo das sobras 2

Cálculo das sobras 2

Se mesmo assim ainda sobrarem vagas, as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentarem as maiores médias, independentemente de terem atingido a cláusula de desempenho.
 
Se houver empate na média, fica com a vaga o partido ou federação com maior votação. Se houver empate na média e no número de votos dados aos partidos ou federações, fica com a vaga o candidato ou candidata que tiver a maior votação nominal, entre os que estão disputando a vaga.
 
Suplentes
Por fim, a última chance que um candidato ou candidata a vereador, deputado estadual ou deputado federal tem de assumir o mandato é ser eleito suplente e ser um dos mais votados dentro do seu partido. Caso ocorra a vacância, ou seja, aconteça algo e o mandato de vereador fique vago, o 1º suplente do partido ou federação do vereador eleito e empossado assumirá o mandato e tomará posse em seu lugar.
 
Para ser eleito suplente, basta que o seu partido ou federação tenha conseguido eleger pelo menos um representante — todos os outros candidatos do mesmo partido ou federação que não foram eleitos se tornam automaticamente suplentes e passam a figurar em uma lista por ordem de votação. Quando é aberta uma vaga, o suplente do partido ou federação que teve mais votos é chamado. Nesse caso, não é preciso ter atingido nenhuma votação mínima.


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