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05/03/2021 às 13h08min - Atualizada em 05/03/2021 às 13h08min

Um ano de covid no ES: o que fazer para a saúde não entrar em colapso

Secretaria de Estado da Saúde informou que até o final de abril a rede de saúde terá 900 leitos exclusivos para atender os pacientes com covid-19

Da Redação

Há um ano o Ministério da Saúde anunciava a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Espírito Santo, alterando completamente o dia a dia dos capixabas. A chegada da vacina, 10 meses depois, trouxe alívio e expectativas, mas com as dificuldades em conseguir doses e a consequente lentidão na cobertura vacinal, a pandemia segue preocupando a população e registrando novos recordes de casos e de mortes no Brasil. 

De acordo com um levantamento da Fiocruz, o sistema de saúde do Distrito Federal e de mais 18 estados estão em situação crítica, com mais de 70% dos leitos de UTIs ocupados, 10 deles estão a ponto de colapsar e registram mais de 90% de ocupação.

 
Foto: Diego Simao
Paciente em leito de UTI no Hospital Jayme dos Santos Neves

Paciente em leito de UTI no Hospital Jayme dos Santos Neves

Outros 7 estados estão em alerta intermediário, dentre eles o Espírito Santo. O estado registrou crescimento na taxa de ocupação de leitos, que passou de 68% para 76%, no período entre 22 de fevereiro e 01 de março. Atualmente a rede pública do Estado conta com 694 leitos de UTI, além de 649 de enfermaria, exclusivos para covid-19. Ainda segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), as internações estão aumentando. 

 

O Espírito Santo chegou a 331.328 casos de covid-19 nesta quinta-feira (5). Ao todo, 6.499 vidas foram perdidas por causa da doença, segundo a última atualização dos dados.

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Luiz Carlos Reblin a expectativa é que ao longo de março os casos comecem a aumentar novamente. "Vamos aumentar os leitos de UTI e finalizar o mês de abril com 900 ocupações disponíveis", destacou Luiz Carlos.

A epidemiologista Ethel Maciel reforçou que a ampliação dos leitos é importante, mas a principal estratégia para interromper o ciclo de transmissão da doença é a ampliação da testagem. 

 

"A taxa de testagem no Brasil toda foi muito ruim, nós tivemos poucos testes. E esse teria que ser o nosso foco, testar em massa e isolar as pessoas. Isso impede e faz com que você quebre a cadeia de transmissão. Se eu descubro, antes que ela apresente os sintomas, eu consigo isolar e impedir que ela transmita para muitas mais pessoas", reforçou Ethel. 

Luiz Carlos Reblin destacou a importância da conscientização para evitar a propagação do vírus. "Vai levar um bom tempo para que toda a população esteja vacinada. Só que temos outra vacina que é tão boa quanto a injeção, é a máscara. Ela nos protege, usada adequadamente quando não deixamos de usar ao sair, não aglomerar", sugeriu 

Mesmo o Espírito Santo não ocupando condições tão graves em relação ao número de mortes, o aumento de novos casos e a ocupação de leitos mostram que estamos longe de vencermos a doença. Um exemplo disso é o estado de Santa Catarina, que há cinco semanas registrava 55% de ocupação dos leitos de UTI e recebia pacientes vindos do Amazonas. 

Porém, nesta semana, aproximadamente 200 pessoas com Covid-19 aguardam por um leito de UTI, e agora os pacientes catarinenses estão sendo transferidos para outros estados, inclusive para o Espírito Santo.

A Sesa já recebeu até a manhã desta sexta-feira (5), 68 pacientes, sendo 36 do Amazonas, 30 de Rondônia, e dois de Santa Catarina. 
Situação em outros estados da região Sudeste

 

Em Minas Gerais alguns municípios já não têm vagas na UTI e estão com ocupação acima de 90%. A informação é que o estado mineiro deve decretar lockdown em algumas regiões. 

Já em São Paulo a situação é um pouco mais preocupante, já que está na fase vermelha. Com recorde do número de internações, os paulistas irão enfrentar medidas mais rígidas de isolamento a partir de sábado (6). Na capital do Rio de Janeiro já estão em vigor novas medidas de isolamento social, como a restrição de circulação de pessoas durante a madrugada. 

Foto: Divulgação: Fiocruz
Levantamento da Fiocruz aponta situação crítica nas taxas de ocupação de leitos de UTI no Brasil.

Levantamento da Fiocruz aponta situação crítica nas taxas de ocupação de leitos de UTI no Brasil.


 

 


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