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03/09/2015 às 20h42min - Atualizada em 03/09/2015 às 20h42min

Polêmicas aparecem na reunião sobre a EF-118

Aqui ES

A ferrovia EF 118, que vai ligar os portos de Vitória e do Rio de Janeiro, já rende polêmica antes mesmo de sair do papel. Pelo menos é o que ficou claro na reunião realizada ontem, no auditório do Sest/Senat, em Cachoeiro de Itapemirim, na qual foi feita uma apresentação do projeto. Alguns participantes questionaram os dois explanadores pelo fato de não ter sido mencionada uma alça até Cachoeiro do Itapemirim, que seria vital para o impulsionar a economia local. Os técnicos que mostraram o projeto entendem que primeiro têm que aprovar o projeto como um todo e só depois partir para discutir tais minúcias. Lembraram nas alegações que o projeto deve se basear em números e não na paixão, que seria o fato de Cachoeiro ter uma alça da Estrada de Ferro estando a cerca de 30 quilômetros do Porto Central, que será construído em Presidente Kennedy. O evento, repleto de polêmicas em seu final, foi realizado por solicitação feita pelo prefeito Carlos Roberto Casteglione Dias, na audiência pública realizada no último dia 28 de julho, em Brasília, promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). 

A apresentação, feita para um público aproximado de 200 pessoas, contou com a participação do prefeito Carlos Casteglione; a subsecretária estadual de Desenvolvimento, Mayhara Chaves; o subsecretário de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, Delmo Pinho; prefeitos de diferentes municípios do Sul do Estado; vereadores de Cachoeiro do Itapemirim; e empresários, entre os quais estava o ex-deputado federal Camilo Cola, um dos mais vorazes defensores da alça passando por terras Cachoeirenses. Participaram ainda representantes do governo do Estado do Rio de Janeiro.

Entusiasmo

A apresentação sob feita pelo engenheiro responsável pela obra José Júlio Prata Gomes, da Sysfer Consultoria & Sistemas; e pelo subsecretário de Transportes do Rio, Delmo Pinho. Ambos foram bem didáticos na sua apresentação lembrando única e exclusivamente quesitos técnicos e econômicos, sem entrar no mérito da obra em si e do traçado. Delmo Pinho chegou a destacar que o projeto da ferrovia é de longo prazo. “Estamos fazendo um projeto que é não é para daqui a um ano, dois; é para 40 anos. Temos que pensar bem nesta parceria entre Rio de Janeiro e o Espírito Santo que estão para se tornar parceiros do maior província portuária e logiística da América Latina”, disse Delmo Pinho.

Aliás, antes, na abertura, o prefeito Casteglione já havia anunciado a necessidade de se ter uma obra deste porte na região. “O projeto atende bem às nossas necessidades, inserindo um novo modal para nossos empresários. O potencial de carga de nossa região, é de aproximadamente 1 milhão de toneladas por mês, entre rochas ornamentais e diversos tipos de cargas. Nossa expectativa é que o projeto se torne viável em menor tempo possível. No entanto, será importante ter um ramal em Cachoeiro, para atender ao setor de rochas”, disse o prefeito. Já a subsecretária de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, Mayara Chaves, entende que o projeto reforça todo o potencial da região em relação à economia.

Explicações técnicas

Delmo Pinho e José Júlio Prata Gomes foram bem detalhistas nas suas explicações, inclusive com detalhes de porquê optar por uma ferrovia na área mais próxima ao litoral dos estados. “É uma razão muito simples. Tanto no Rio, como no Espírito Santo, especialmente nas terras capixabas, há uma cadeia de serras o que dificultaria a execução da obra”, disse Pinho.

O subsecretário de transportes do RJ lembrou que antes de qualquer interesse regional é necessário entender que precisam ser privilegiadas as necessidades econômicas do projeto. “Estamos falando de uma ferrovia que vai se ligar com um complexo de ferrovia pelo Brasil todo. Com um complexo de portos”, disse, em alusão ao fato da EF 118 interligar portos dos dois estados e a ferrovias Vitória-Minas além de outras que compõem a malha ferroviária brasileira.

As previsões de Delmo Pinho são de que em janeiro de 2016 os estudos de engenharia e o modelo de concessão sejam entregues para a aprovação do Tribunal de Contas da União. “E para isso temos que entrar em sintonia”, contando que os governos do Rio e do ES para fazermos uma reunião com Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. O objetivo é fazer uma ferrovia barata e rentável”, disse.

A ferrovia faz parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL) e terá 578 quilômetros, com investimentos na ordem de R$ 8 bilhões. Desta quilometragem total, cerca de 170 estão no Espírito Santo e 405 no Estado do Rio de Janeiro. “O restante é formado pelas alças de malhas para se chegar aos portos”, explicou Pinho.

O projeto da EF-118 prevê a implantação de vários túneis, 171 viadutos rodoviários, 117 passagens inferiores, 130 pontes ferroviárias e 60 passagens de pedestres. “Não haverá passagem de nível, que é proibida por lei”, disse José Júlio Prata Gomes. Perguntado sobre de qual lado passará a ferrovia em relação à BR 101, José Júlio respondeu que dependerá do trecho.

A polêmica da alça para Cachoeiro tentou ser explicada por Delmo Pinho. “Tudo é uma questão de se fazer contas. Se a cidade está perto de um porto, não há razão para se construir uma alça. Tem que se fazer cálculos para saber se compensa ou não”, disse Delmo, explicando que o custo da mercadoria é o que deve pesar na hora de se pensar o traçado.

 A EF-118 passará perto dos portos de Sepetiba, Macaé, Barra do Furado, Itaguaí e Açu, no Rio de Janeiro, além dos complexos portuários Central, Ubu, Tubarão e Vitória, no Espírito Santo.

Essa nova infraestrutura logística, que integra portos e ferrovias de grande capacidade, possibilitará a atração para o Rio de Janeiro de novos empreendimentos industriais e logísticos, fazendo do estado uma grande plataforma de entrada e saída de produtos de todo o Brasil, com geração de emprego e renda de forma sustentável e por longo prazo.


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