A previsão é de que a malha férrea seja responsável pela formação de novos polos industriais nos 25 municípios capixabas e fluminenses que serão cortados pelo traçado. Também haverá ligação, inicialmente, a 11 terminais portuários, como Porto Central, em Presidente Kennedy, e o Porto de Açu, em São João da Barra (RJ).
Há a possibilidade que, ao todo, 20 portos sejam atendidos pela ferrovia. “Esse será o maior projeto de concessão visto até hoje no Brasil. Garanto que será um sucesso”, disse o ministro ao ser questionado se o projeto não corre risco de ficar apenas na promessa.
Além de 577 quilômetros da Vitória-Rio que ligará Cariacica a Nova Iguaçu (RJ), o plano que será elaborado pelos Estados pretende ampliar os investimentos para a Ferrovia Vitória-Minas, com a construção de um terceiro trilho, segundo o subsecretário de Transportes do Rio, Delmo Pinho.
“Nosso modelo de concessão verificará se as operações realizadas na ferrovia Vitória-Rio realmente vão pagar a conta da infraestrutura. Mas temos convicção de que o projeto, que tem ferrovias largas, tem potencial para ser viabilizado financeiramente e já pensamos levar a ampliação à Vitória-Minas, que tem uma malha ferroviária estreita”, diz Pinho.
Uma possível concessionária do empreendimento é a Vale, que cedeu o projeto da antiga Litorânea-Sul para realizar o traçado da Vitória-Rio. “A Vale pode ser duplamente parceira pelo que tem de operação no Espírito Santo, por meio do Porto de Tubarão, e por ser sócia da Samarco, que hoje tem sua produção escoada por minerioduto”, explicou o governador Paulo Hartung.
O coordenador de projetos da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Glauber Campello diz que o projeto poderá também atender aos municípios do Norte do Estado, entre Serra e Cacimbas, em Linhares.
A estrada de ferro Vitória-Rio deve ficar pronta em cinco anos e terá capacidade para o escoamento de 150 milhões de toneladas de commodities, como minério, alimentos e rochas.
Conexões com outras ferrovias
A Vitória-Rio terá uma conexão importante com outras ferrovias, como a malha férrea da MRS Logística, que também tem integração com a Norte-Sul. Esta, aliás, corta com a Ferrovia Centro-Oeste, entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (Goiás), que terá ligação com a Ferrovia Transcontinental, chamada de Bioceânica, que ligará o Brasil ao Peru.
Ministro diz que falha excluiu trecho da BR 262
Durante a audiência pública sobre a ferrovia Vitória-Rio, o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, explicou que uma falha da assessoria do Ministério do Planejamento retirou o trecho da BR 262, no Estado, da apresentação, no dia 9 de junho, do Programa de Investimento em Logística. Na ocasião, o Planalto anunciou apenas obras em Minas Gerais.
Segundo Rodrigues, a Casa Civil, imediatamente, solicitou o “acerto”, levando o ministro a dizer, mais tarde, que o Espírito Santo realmente seria contemplado nos planos de duplicação e privatização da rodovia federal.
“Passei um grande apuro no dia”, disse o ministro ao confirmar que o leilão da BR 262 fará a ligação completa de Vitória a Belo Horizonte.
Além dessas obras, o superintendente no Estado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Antonio Guanabarino, disse que em 18 meses a União deve concluir a construção da BR 477, que liga a BR 262, em Cariacica, ao Porto de Capuaba, em Vila Velha.