22/10/2020 às 09h45min - Atualizada em 22/10/2020 às 09h45min
Após dois meses, ES volta a ter mais de mil casos de Covid-19 em 24h
Atualização do Painel Covid-19 na tarde desta quarta-feira (21) traz 1.162 novos infectados no Espírito Santo em um período de 24 horas. Especialistas acreditam que alta tem relação com mudança de comportamento dos capixabas
Depois de dois meses, o Espírito Santo voltou a registrar nesta quarta-feira (21) mais de mil casos de novos infectados pelo coronavírus em intervalo de 24 horas. A marca não era superada desde o dia 20 de agosto, quando foram divulgados 1.079 novos diagnósticos positivos. Conforme a atualização mais recente do Painel Covid-19, o Estado somou 1.162 confirmações da doença ao total registrado desde o início da pandemia. A alta é significativa diante das últimas semanas, tendo em vista que durante os meses de setembro e outubro somente cinco dias registraram mais de 900 novos casos.
O médico infectologista Carlos Urbano não descarta que o aumento esteja relacionado ao Feriado de Nossa Senhora Aparecida, celebrado em 12 de outubro. No entanto, ele vê esse dado mais atrelado à mudança do comportamento do capixaba, de maneira geral.
"De um mês e meio para cá houve uma mudança. Pessoas que estavam em casa começaram a sair e a ultrapassar um pouquinho os limites que eram aceitos. Estão cansadas de manter o distanciamento, mas infelizmente é o que temos que fazer", disse Carlos Urbano, médico infectologista.
A mesma causa também foi apontada pelo infectologista Lauro Ferreira Pinto.
"Existe uma fadiga do confinamento, observada desde a segunda quinzena de setembro. Muitas pessoas estão exaustas e se expondo, mas o coronavírus continua circulando e os casos voltaram a subir", explica.
"Não se compara ao que vivemos em junho e julho, mas estamos tendo uma 'marola' de casos. Depois de um 'vale' em agosto, os prontos-socorros voltaram a fazer muitos atendimentos" Segundo o especialista, mesmo com a alta no número de casos, os óbitos não subiram, já que boa parte das infecções está ocorrendo em jovens. Entretanto, ele alerta que é preciso cuidado. "Ainda temos mortes que poderiam ser evitadas. Essa garotada tem pai, mãe, avô e avó que podem não resistir à doença", ressalta.
Os dois infectologistas também concordam que, apesar do relaxamento por parte da população, não é hora do governo estadual voltar com medidas de restrições sociais ou econômicas. "Temos que ir observando os números por um período maior e ver se será necessária alguma atitude", defende Carlos Urbano. Por isso, por enquanto, é tão necessária a conscientização de cada capixaba.
"Não adianta se encher de álcool em gel, tirar o sapato fora de casa ou colocar a roupa para lavar se as pessoas continuarem aglomerando. A volta à vida normal precisa acontecer com alguma distância", afirma Lauro Pinto.