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18/08/2020 às 17h02min - Atualizada em 19/08/2020 às 00h02min

Livros de autoajuda florescem em períodos de crise financeira e pessoal

Gênero da literatura voltado principalmente para o desenvolvimento dos leitores é sucesso em momentos quando tudo o que as pessoas mais querem é crescimento e um pouco de esperança.

DINO
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Muitos já devem ter escutado aquela canção: "Eu queria ter dito isso, eu gostaria de ter dito isso. Mas eu meio que fiquei paralisada. Eu queria ter dito isso, eu gostaria de ter dito isso. Mas eu meio que tive um ataque de pânico. Eu gostaria de poder falar bem. Eu gostaria de poder falar, queria poder conversar...”

Esse é um trecho da música Talk Good, da cantora e compositora americana Grace Vanderwaal. Ela discursa sobre falar bem, sobre se posicionar – e o medo que tem disso -, além de se indagar por que a outra pessoa não vê o seu lado das situações. Segundo Roberto Riske Neto, escritor de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, essa é uma canção sobre a diferença entre o que a gente pensa e o que a gente realmente faz. E ela nos faz refletir sobre a vida, sobre nós mesmos, sobre escolhas e muitos outros quesitos que são tratados em livros de autoajuda.

Autoajuda

O gênero vai na contramão do mercado. Enquanto nos últimos anos as vendas de livro sofreram quedas fortíssimas, a autoajuda apresenta crescimento constante. Segundo especialistas do mercado editorial, ela prospera principalmente quando a economia ou outros aspectos da vida cotidiana não vão tão bem. De acordo com Vera Rita de Mello Ferreira, professora de psicologia econômica da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), temores e ansiedade em relação a perder o emprego, além de períodos de recessão, impulsionam o sucesso do gênero. “O mercado editorial sempre vai acompanhar o que está acontecendo na sociedade e na economia. Livros sobre como ficar milionário vão ‘bombar’ em tempos de bolha no mercado financeiro. Já em tempos de crise, as pessoas geralmente ficam angustiadas e buscam uma espécie de palavra mágica que as ajudem a sair dessa situação”, diz.

E nesse período de pandemia não é diferente, já que, apesar de não existirem dados oficiais, muitas editoras afirmam que a quarentena e o isolamento social fizeram com que a venda de livros aumentasse. Principalmente porque além de as pessoas terem mais tempo para ler, estão mais angustiadas e precisando de esperança. Além disso, estudos sugerem que a maioria dos leitores que buscam livros de autoajuda estão com a intenção de se desenvolverem pessoal, profissional e financeiramente.

Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a maior do segmento no país, mostram que entre as principais motivações que impulsionam os leitores brasileiros estão: o gosto pela leitura (25%), atualização cultural (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%) e atualização profissional (7%). É possível dizer que grande parte desse estímulo engloba a autoajuda, como crescimento pessoal, atualização profissional e motivos religiosos.

A Perfeita Imperfeição do Mundo

Um autor que entrou no mundo da autoajuda recentemente é Roberto Riske Neto, que lançou pela Editora Albatroz o livro A Perfeita Imperfeição do Mundo. Ao escutar a música Talk Good, citada mais acima nesse texto, o escritor, técnico em administração e estudante de direito começou a pensar em várias situações, tanto as que viveu e que presenciou, quanto que amigos contaram ou que leu em jornais. “Passei a refletir o pensar e o fazer, sobre o amor, o ódio, o perdão, o preconceito – de todos os tipos -, as injustiças, as diferenças sociais e os conflitos do dia a dia”, comenta.

Desse modo, surgiu a obra com crônicas de autoajuda A Perfeita Imperfeição do Mundo, lançada pela Editora Albatroz em 2018. Segundo o autor, sempre gostou do gênero e inclusive o lê bastante. Assim, estudou e usou em seus textos muito de sociologia, psicologia e filosofia, numa mistura de pesquisa e vida pessoal.

“Livros de autoajuda podem ser muito úteis para os leitores. E espero que minhas crônicas ajudem as pessoas a ponderaram sobre a vida, sobre as injustiças, sobre o momento em que vivemos. Muita gente não gosta do gênero, mas não podemos negar o impacto que ele tem na comunidade”, finaliza.

 



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