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22/07/2020 às 16h23min - Atualizada em 22/07/2020 às 16h23min

A política dos imbecis

Está em curso no país um movimento de retrocesso, que pode ser chamado também de imbecilização coletiva. Capitaneado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, esse processo, por um lado, exalta e amplifica o que há de pior na prática política nacional. Por outro, investe contra todos os avanços democráticos e civilizatórios conquistados pela sociedade brasileira nos últimos trinta anos, desde o fim da ditadura militar. Para os militantes do atraso, todo pensamento divergente deve ser destruído. E não importam as armas utilizadas. Agressões, ameaças, mentiras e distorção dos fatos compõem o cardápio de políticos eleitos no vácuo do seu líder nacional, dos seus apoiadores e de “avatares” sem certidão de nascimento, criados apenas para divulgar discursos de ódio e desinformação nas redes sociais.

Este é, aliás, o campo de batalha escolhido como prioritário pelos defensores do retrocesso e do vale-tudo. Sentindo-se protegidos pela perspectiva de anonimato no universo virtual, eles destilam frustrações e preconceitos, animados e alimentados por lideranças tacanhas, de baixa extração cultural, sem o menor compromisso com a ética, a solidariedade humana e as lições da história. Misturam no mesmo caldo ideologias antagônicas, referências antípodas e ideias contraditórias, quase sempre produzidas por outras pessoas e retiradas do contexto em que foram formuladas.

No Espírito Santo, esse movimento – se é que podemos chamar assim à tentativa de reeditar barbáries já provadas pela humanidade – tem algumas caras conhecidas e uma multidão de fantasmas cibernéticos que assinam perfis falsos nas redes sociais. Pendurados no capitão-presidente, eleito à sombra da catastrófica administração petista que o antecedeu, eles tentam se erguer da insignificância de suas trajetórias públicas radicalizando na vulgaridade e na baixeza. Assim, alheios aos mais básicos ditames da política e da convivência em sociedade, alimentam os zumbis acéfalos que replicam nas redes seu ódio cego.

O subproduto capixaba desse movimento nacional tem como alvo principal o governador do estado, Renato Casagrande. E, para combatê-lo, valem todas as baixezas, todas as mentiras, todas as agressões. Mesmo em meio à mais brutal pandemia do século, que já produziu dezenas de milhares de mortes no país, militantes do ódio e seus líderes são incapazes de demonstrar o mínimo de humanidade. Diante da tragédia, espalham notícias falsas, deturpam orientações de saúde, apenas para dificultar o trabalho do governo ao qual se opõem e que tentam conquistar da maneira mais desonesta e desonrosa.

É hora, pois, de dar um basta nessas ações. A sociedade não pode aceitar passivamente o veneno destilado por uma minoria aferrada a preconceitos arcaicos, frustrada pela própria incompetência e imbecilizada pelo discurso raso dos espertos de ocasião. Há diversas iniciativas em curso com esse objetivo, como os processos das “fake news” e das manifestações antidemocráticas, ambos tocados pelo Supremo Tribunal Federal, e as ações judiciais movidas pelo próprio governo capixaba contra os agressores e seus robôs. Mas a resposta mais efetiva tem de ser dada pelos cidadãos. Neste momento, deixando de compartilhar o lixo postado pelos que comandam os grupos de ódio. E daqui a pouco, varrendo com seu voto a pregação autoritária que defende a volta da ditadura, a oficialização da mentira, o desrespeito à vida e a eliminação dos divergentes.


Por Thiago Turini


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