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17/03/2015 às 08h55min - Atualizada em 17/03/2015 às 08h55min

Carro-chefe de Hartung é alvo de críticas

Deputados e professores consideraram vago o projeto Escola Viva, que vai tramitar em urgência

Gazeta Online
"De tempos em tempos, descobre-se uma ideia mágica para salvar a educação. A mágica agora é escola de tempo integral. E isso não é verdadeiro. Escolas não têm estrutura." Sergio Majeski, PSDB Foto: Guilherme Ferrari/AG

Ideia apresentada pela campanha do governador Paulo Hartung (PMDB) para revolucionar a educação pública, o programa Escola Viva teve nesta segunda-feira (16) sua tramitação em regime de urgência aprovada na Assembleia Legislativa. No entanto, alguns deputados apontam que o projeto de lei complementar é vago e repleto de pontos que ainda precisam de esclarecimento.

As críticas também vieram das galerias do Legislativo. Professores e alunos da rede pública acompanharam a sessão plenária e protestaram quando a urgência do projeto de lei complementar foi aprovada sem dificuldades. Ele deve ir à votação na próxima semana. 

“Estamos indignados. Não fomos consultados. Paira obscuridade sobre o projeto. O governo quer aprovar sem discussão”, afirmou o professor de Filosofia Weriquison Corbani do Colégio Estadual, em Vitória. Entre os pontos questionados pela categoria, o novo processo de seleção a que serão submetidos mesmo os professores efetivos e a possibilidade de desligamento dos temporários antes do fim do ano letivo.

O projeto pretende instituir o programa de escolas de Ensino Médio em turno único, em tempo integral, em cinco escolas. Estudantes do Colégio Estadual se dizem receosos com as mudanças. “A escola tem 2,6 mil alunos, em três turnos. Se tiver um turno só, quase metade vai ter que ser remanejada. Ou teremos que mudar de escola ou as empresas vão nos demitir porque não poderemos trabalhar à tarde”, diz Cassiano Alves, 18, aluno do 2º ano que acompanhou a sessão nesta segunda.
 
Sergio Majeski (PSDB) votou contra a tramitação em urgência da proposta. “Para dar conta da educação integral, é preciso criar estruturas e dinâmicas específicas. Nesta terça-feira (17), a maioria das escolas não tem essa possibilidade. Corremos o risco de implantar a toque de caixa só para dizer que foi implantado”, afirmou.

O deputado Bruno Lamas (PSB) também questionou o projeto. Ele pede esclarecimentos sobre como aprová-lo e implantá-lo no meio de um a
no letivo.

Entenda

Trâmite
Foi aprovada nesta segunda a tramitação do projeto em regime de urgência. Precisa ser aprovado em plenário.

Objetivo
Planejar, executar e avaliar ações inovadoras em conteúdo, método e gestão, direcionadas à melhoria da oferta e da qualidade do ensino médio na rede pública do Estado, com implementação de escolas em turno único. O projeto foi apresentado na campanha eleitoral.

Horário
Escolas funcionarão de segunda à sexta-feira, em turno único diário de nove horas e trinta minutos, com oferta de refeição e lanches a alunos.

Críticas
Professores reclamam que não foram consultados; também há dúvidas sobre remanejamento de alunos.
 
Secretário de educação vai explicar projeto a deputados
O secretário estadual de Educação participa nesta terça, às 12 horas, de audiência pública na Assembleia Legislativa e deverá detalhar o projeto da Escola Viva. Professores e alunos se mobilizam para ir às galerias. Líder do governo na Assembleia, o deputado Gildevan Fernandes (PV) defendeu a proposta do Executivo e minimizou as críticas. “Toda inovação cria um pouco de incômodo, por não ser ainda plenamente compreendida. Mas inovar é primordial. Na audiência pública, o secretário vai tirar todas as dúvidas. Se precisar, faremos ajustes pontuais no projeto”.


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