O Ministério Público Estadual (MPES) teve acesso a escutas telefônicas de investigados na operação “Rubi”, desencadeada em maio deste ano para desarticular e colher provas relativas à atuação de uma organização criminosa constituída para lesar os cofres públicos dos municípios de Presidente Kennedy, Marataízes, Jaguaré e Piúma, por possível direcionamento licitatório em favor de pessoas jurídicas contratadas, pagamento de vantagem indevida a agentes públicos e superfaturamento de contratos administrativos de prestação de serviço público.
Os autos revelam ainda onde e como ocorriam os encontros entre Tininho e os empresários para o suposto pagamento de propina para que a empresa que presta serviço de limpeza urbana na cidade mantenha o contrato em vigor.
No processo, além do pedido de afastamento de Tininho, o MPES, por meio do Subprocurador-Geral de Justiça, Josemar Moreira, requer que Marcelo Marcondes Soares, Jose Carlos Marcondes Soares e o prefeito devolvam aos cofres públicos a quantia de R$ 3.352.329,48.
Operação em maio
Em maio, durante operação que resultou na prisão de Tininho, o MPES acusou o prefeito de crime de corrupção passiva. Na época, ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão. “De acordo com elementos nos autos, o prefeito e a esposa viajaram para São Paulo e tiveram as hospedagens e espetáculos de teatros custeados como contraprestação de pagamentos nos valores dos contratos firmados”, afirmou o órgão ministerial, na época da operação.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do prefeito de Marataízes, os policiais militares e integrantes do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES apreenderam R$ 16.450,00 em dinheiro e uma arma. O prefeito chegou a ser preso em flagrante em razão da apreensão de arma de fogo sem registro. Ele foi levado para a Delegacia de Itapemirim, mas a Justiça não acatou na época o pedido de afastamento funcional dele.