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07/03/2015 às 11h31min - Atualizada em 07/03/2015 às 11h31min

Petrobras pode vender campos de petróleo no ES

Camarupim Norte e Camarupim, onde houve a explosão em plataforma, estão na lista

Gazeta Online

Focada em como irá refazer seu caixa e recuperar a credibilidade do mercado, a Petrobras está debruçada nos últimos meses em identificar os ativos que pretende colocar à venda como parte do seu plano de desinvestimento, que prevê cortes de R$ 40 bilhões. Embora, a estatal não confirme, nos bastidores já há uma lista com os projetos que deverão ser abandonados pela petrolífera, entre eles campos de petróleo e gás no Espírito Santo.

Ontem, uma nota publicada pelo colunista Ancelmo Gois informava que Camarupim e Camarupim Norte, no Litoral Norte capixaba, estão no plano de redução de custos da empresa. Esses campos são justamente onde operava o navio-plataforma Cidade de São Mateus, que no último dia 11 sofreu uma explosão deixando nove mortos e 26 feridos. 


Mesmo se tratando de uma informação extra-oficial, fontes ouvidas por A GAZETA não demonstraram surpresa com a intenção da Petrobras de vender a concessão de áreas para exploração e produção. Um profissional ligado à estatal, mas que preferiu manter o anonimato, admitiu que com uma produção de 2,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, os campos de Camarupim e Camarupim Norte estavam no limite da economicidade, ou seja, não ofereciam alta rentabilidade. “Especialmente depois do acidente, a venda se torna uma alternativa muito viável de acontecer”, avalia.

Além desses campos offshore (marítimos), campos terrestres do Espírito Santo também deverão ser alvo da navalha que passa pelo orçamento da petroleira, que há mais de um ano deixou de ser a menina dos olhos para se tornar a pivô de um dos maiores escândalos de corrupção no Brasil. 

Outra fonte com trâmite na Petrobras explicou que as vendas de concessões em terra são defendidas por executivos da estatal, por serem campos que exigem muita mobilização, mas que trazem resultados tímidos, já que acrescentam apenas 15 mil barris/diários de petróleo em um universo de aproximadamente 500 mil.

“São cerca de 4 mil pessoas envolvidas na produção dos 15 mil barris. Enquanto em mar, o número de pessoas é bem inferior para uma produção muito mais significativa. Mas, há um temor dessa venda, já que degenera um pouco e pode comprometer empregos e contratos com fornecedores”.

Procurada pela reportagem, a Petrobras não se manifestou até o fechamento desta edição.

Abandono de campos não é consenso entre diretoria

As decisões de vendas de ativos têm deixado executivos da estatal com nervos à flor da pele. Nos bastidores, a informação é que não há um consenso entre a diretoria da estatal sobre a venda de campos terrestres e marítimos. “Há uma guerra interna sobre o assunto. Tem muita gente que não está se entendendo”, revela uma fonte. Aliás, o clima se tornou ainda mais nebuloso depois que o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assumiu o posto que era de Graça Foster. “Ele é do mercado financeiro. Não entende nada de petróleo”, criticou um funcionário da estatal.
 
Venda tem que ter aval da ANP
Antes de uma companhia vender concessões em campos de petróleo e gás para outra empresa, é preciso que essa operação passe pelo crivo da Agência Nacional do Petróleo (ANP). 

A análise da entidade é necessária para ser verificado se a cessão de direitos – quando há a venda de todos ou qualquer parte dos direitos e obrigações do concessionário de áreas para exploração e produção de petróleo sob o contrato de concessão – segue o que está previsto na legislação.

De acordo com a ANP, nos termos dos artigos 25º e 29º da Lei nº 9478/1997, as empresas interessadas em solicitar autorização para os processos de cessão devem atender requisitos técnicos, jurídicos e econômicos, passando por um processo de qualificação. 

Até ontem, não havia pedido de cessão de direito relativo aos campos de Camarupim e Camarupim Norte em análise na agência.


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