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18/06/2019 às 09h10min - Atualizada em 18/06/2019 às 09h10min

Senado deve votar nesta terça parecer que visa suspender decretos das armas

Se aprovado, texto ainda terá de ser analisado pela Câmara dos Deputados. Decreto foi assinado por Bolsonaro em maio e facilitou porte de armas ao flexibilizar regras.

G1

O plenário do Senado analisará nesta terça-feira (18) o parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que tem como objetivo suspender o decreto do presidente Jair Bolsonaro que facilitou o porte de armas.

O parecer da CCJ é o primeiro item da pauta de votações desta terça. Se aprovado, será enviado para a Câmara dos Deputados. Se for rejeitado, propostas que visam suspender o decreto serão arquivadas.

Enquanto o Congresso não concluir a análise sobre o tema, as regras do decreto continuam valendo.

O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa. É diferente da posse, que só permite manter a arma dentro de casa.

CCJ do Senado aprova relatório que pede suspensão do Decreto das Armas

O primeiro decreto sobre porte de armas foi assinado em 7 de maio. Desde então, foi alvo de questionamentos na Justiça e no Congresso Nacional.

Em 22 de maio, Bolsonaro recuou e assinou um outro decreto sobre o tema, mas a medida também se tornou alvo de questionamentos.

Um relatório favorável ao decreto, apresentado pelo senador Marcos do Val (Cidadania-ES), defensor da flexibilização das regras sobre armas, foi derrubado por 15 votos a 9.

No lugar desse relatório, foi aprovado o parecer do senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB), contrário favorável à suspensão do decreto.

 

Argumentos

Nesta segunda-feira (17), ao discursar em uma cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro comentou a votação no Senado. Pediu empenho aos parlamentares para o decreto ser mantido.

"Senadores, deputados, temos a batalha dos decretos das armas. Vamos lutar lá, porque quem quer desarmar o povo é quem quer o poder absoluto. Eu quero que o povo, o cidadão de bem, tenha o direito à legítima defesa", disse o presidente.

O líder do PSL no Senado, Major Olimpio (PSL-SP), também tem cobrado mobilização por parte da população. "Se a população se mobilizar, de fato, nós vamos derrubar no plenário essa adversidade e vamos manter o decreto do presidente. Não é uma luta pelo porte e, sim, pelo direito de defesa da vida", argumentou.

Parlamentares contrários à medida de Bolsonaro, como o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), classificam a flexibilização das regras como um "retrocesso que pode aumentar o número de mortes por armas de fogo.

"A segurança pública é direito de todos e dever do Estado. Então, o Executivo, em nome de uma medida populista, renuncia à sua tarefa e a transfere para a população", diz o parlamentar

Na semana passada, o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou ter recebido ameaças por ser contrário aos decretos de Bolsonaro. Ele registrou um boletim de ocorrência e pediu investigação à Polícia Legislativa.

 

Cronologia

Relembre a cronologia dos decretos:

  • 7 de maio: Bolsonaro edita o decreto sobre porte de armas;

  • 8 de maio: Rede aciona o STF e pede a anulação do decreto;

  • 10 de maio: Técnicos da Câmara dizem que decreto tem ilegalidades;

  • 15 de maio: Ministério Público aciona a Justiça Federal e pede suspensão do decreto;

  • 16 de maio: Moro diz que, se houver 'invalidade' no decreto, revisão cabe ao STF ou ao Congresso;

  • 22 de maio: Bolsonaro recua e publica novo decreto;

  • 23 de maio: Rede aciona de novo o STF e diz que novo decreto é inconstitucional;

  • 5 de junho: AGU diz ao Supremo que decreto 'vai ao encontro da vontade popular';

  • 12 de junho: CCJ do Senado aprova relatório que pede a suspensão dos decretos sobre armas;

  • 14 de junho: Senador contrário ao decreto de armas diz receber ameaças e registra ocorrência na polícia.


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