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22/01/2019 às 10h54min - Atualizada em 22/01/2019 às 10h54min

Escritura de imóvel vendido por Flávio Bolsonaro mostra data divergente aos depósitos

O Globo

RIO - A escritura que registra a operação imobiliária entre o senador eleito Flávio Bolsonaro ( PSL-RJ ) e o ex-atleta Fábio Guerra mostra divergências entre as datas de pagamento da cobertura na Rua Pereira da Silva, em Laranjeiras, e dos depósitos fracionados na conta de Flávio em agência bancária na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A transação foi a justificativa do senador eleito para os 48 depósitos de R$ 2 mil cada considerados suspeitos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ).

No documento, estão descritas as condições do negócio, fechado por R$ 2,4 milhões. Além da permuta de imóveis entre Flávio e Fábio, R$ 600 mil foram pagos em dinheiro pelo ex-atleta, em março e agosto de 2017, de acordo com a escritura. Mas os 48 depósitos de Flávio foram feitos em junho e julho daquele ano.

Os primeiros R$ 550 mil foram um sinal pago no dia 24 de março de 2017, de acordo com o documento. Além disso, ele descreve o pagamento de R$ 50 mil, por intermédio de cinco cheques, no ato da escritura, finalizada no 10º Ofício de Notas em 23 de agosto de 2017. Na escritura, não foi descrito pagamento em dinheiro vivo ou outras datas de quitação de valores devidos, além de março e agosto.

Procurado pelo GLOBO, Fábio Guerra, porém, afirmou que parte dos R$ 600 mil foi paga em dinheiro vivo, ao longo de "dois ou três meses". O ex-atleta afirmou não ter recibos das operações.

— O imóvel foi R$ 2,4 milhões, o (apartamento) que era dele aqui (a cobertura de Laranjeiras comprada por Guerra). Eu dei o meu lá (na Urca). Está tudo na escritura por R$ 1,5 milhão. Dei uma sala comercial de R$ 300 mil, R$ 50 mil em cheque e R$ 550 mil foi feito em depósito, e cerca de R$ 100 mil em dinheiro, que não foi feito (o pagamento) de uma vez só — contou Guerra. — Eu dei assim em dois ou três meses. Não dei R$ 100 mil de uma vez só não, entendeu? Eu vendi um imóvel no passado para poder pagar ele. Eu peguei parte em dinheiro (da venda) também e dei para ele.

Ao falar pela primeira vez sobre as movimentações financeiras atípicas identificadas em suas contas pelo Coaf , Flávio Bolsonaro disse no domingo que o dinheiro dos depósitos fracionados feitos em 2017 era proveniente da venda de um apartamento na Zona Sul do Rio .

Em entrevista para a TV Record, Flávio disse que R$ 2 mil é o limite aceito no caixa eletrônico. A maior parte dos depósitos foi feita, porém, em horário de expediente bancário. Assim, o dinheiro poderia ter sido depositado de uma única vez na boca do caixa e não de maneira fracionada.

Procurado, Fábio Guerra afirmou que parte dos R$ 600 mil foi paga em dinheiro vivo, ao longo de três meses .

— O imóvel foi R$ 2,4 milhões, o (apartamento) que era dele aqui (a cobertura de Laranjeiras comprada por Guerra). Eu dei o meu lá (na Urca). Está tudo na escritura por R$ 1,5 milhão. Dei uma sala comercial de R$ 300 mil, R$ 50 mil em cheque e R$ 550 mil foi feito em depósito, e cerca de R$ 100 mil em dinheiro, que não foi feito (o pagamento) de uma vez só — contou Guerra. — Eu dei assim em dois ou três meses. Não dei R$ 100 mil de uma vez só não, entendeu? Eu vendi um imóvel no passado para poder pagar ele. Eu peguei parte em dinheiro (da venda) também e dei para ele.

Ontem, a “Folha de S. Paulo” mostrou que Flávio Bolsonaro comprou R$ 4,2 milhões em imóveis de 2014 a 2017.

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