Segundo a polícia, o golpe acontecia da seguinte forma: O dono da oficina atrasava a entrega dos carros, por meses, alegando que sempre faltavam peças. Depois de um tempo, ele manifestava o interesse em comprar o carro. Após essa negociação, ele não pagava a vítima e revendia o carro usando documentos falsos.
Onze pessoas registraram queixa na polícia por terem sido vítimas do mesmo golpe.
Uma das vítimas, que pediu para não ser identificada, disse que pagou pelo conserto do carro, mas o serviço nunca ficava pronto.
"Passou uma semana, depois, duas, três, e eles sempre falavam que surgia outro problema. Passou um mês, eu perdi meu emprego, e ele me fez uma proposta. Falou que meu carro tava muito bom e perguntou se eu queria vender. Eu tava com a situação ruim de dinheiro, prestes a casar, e aceitei", contou.
A vítima disse que fez um contrato, foi ao cartório reconhecer firma, mas quando chegou a hora de o golpista fazer o registro, sempre havia uma desculpa.
"Eu cheguei a ir três vezes buscá-lo para ele também reconhecer firma, mas ele sempre tinha algum problema e não ia. Foi quando ele me pediu o contrato pra ele mesmo ir reconhecer firma, mas esse contrato nunca voltou pra mim", contou.
O suspeito, que tem 39 anos, começou a ser investigado em maio de 2018, quando as vítimas começaram a registrar ocorrências.
A delegada Raiana Bremenkamp, titular da Delegacia de Defraudações, disse que foi cumprido mandado de busca e foram encontrados vários contratos de veículos na oficina do investigado.
"Depois que algumas vítimas registraram ocorrência, ele chegou a ameaçá-las e falsificou documentos para transferir veículos que estavam na posse dele, mas os documentos oficiais ainda estavam com as vítimas. A partir daí, ele começou a ser investigado não só por estelionato, mas também por falsificação de documento público, inserção de dados falsos no sistema e ameaças", explicou.