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24/07/2018 às 14h08min - Atualizada em 24/07/2018 às 14h08min

2 suspeitos de integrar milícia no RJ são investigados por ligação com morte de Marielle

Ex-PM e ex-bombeiro foram presos. Informação de testemunha fará Divisão de Homicídios investigar participação da dupla, que seria ligada a Orlando Curicica, na execução da vereadora.

G1

O mesmo delator que causou a prisão do ex-PM Alan Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, e do ex-bombeiro Luís Cláudio Barbosa, ao apontar ambos como autores de duplo homicídio, também apontou a dupla com envolvida na execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A informação é do delegado Willians Batista, da Divisão de Homicídios, que disse considerar os dois suspeitos pelo crime ocorrido em março.

"O caso Marielle está sob sigilo, não está sob minha responsabilidade. Mas essa mesma testemunha que deu início às investigações que culminaram nas duas prisões de hoje, também colocou os dois presos no caso Marielle. O teor dessa participação, de que forma teriam atuado, ainda está sob investigação. Eles serão ouvidos no caso Marielle e a gente espera que dali também possa surgir uma linha no caso Marielle", destacou o delegado.

Nogueira e Barbosa foram presos em casa nesta terca-feira (24). Eles são apontados como integrantes do grupo do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando da Curicica, que atua na Zona Oeste da cidade. O suposto envolvimento dos dois no caso Marielle foi publicado pelo jornal "O Globo".

O duplo assassinato teria sido cometido no sítio de propriedade de Orlando. Um PM e um ex-PM, também integrantes da milícia, segundo a polícia, foram assassinados com tiros na cabeça, por traição. Depois, tiveram os corpos carbonizados.
Polícia prende dois suspeitos de ligação do caso Marielle

Polícia prende dois suspeitos de ligação do caso Marielle

De acordo com o delegado, ainda não é possível dizer qual seria a participação de cada um na morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

"É prematuro para mim dizer se estavam no carro mas foi apontado que de alguma maneira tinham participado do caso. Os dois teriam participado do caso Marielle. Eles foram apontados como membros da organização."

Na delegacia, o advogado de Alan negou envolvimento de seu cliente com milícias.

"Estamos desde 9h50 [na delegacia] mas não conseguimos acesso ao inquérito e estamos tendo o direito de defesa cerceado. Ele foi preso em casa às 6h, desconhece totalmente o fato e não sabe nem o que estava acontecendo. Ele nega totalmente o fato [de participar de milícia]. Não teve nenhum tipo de contato", afirmou Leonardo Lopes.

Milícias

Orlando da Curicica é o apelido do ex-policial militar Orlando de Oliveira de Araújo, atualmente preso em um presídio federal do Rio Grande do Norte. Ele é considerado líder de uma das milícias mais fortes do Rio, localizada no bairro que deu origem ao apelido.

Orlando foi preso em outubro do ano passado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, a Draco. Ele é acusado de mandar matar, em 2015, o presidente da escola de samba Parque de Curicica, Wagner Raphael de Souza, conhecido como Dádi. Ao todo, 12 tiros atingiram o carro da vítima.

O ex-policial também responde a processo por organização criminosa e mais uma acusação por porte ilegal de arma. Uma pistola foi encontrada na casa dele no dia da prisão.

A quadrilha da qual ele seria chefe domina todas as comunidades de Curicica, com exceção da Gardênia Azul e Rio das Pedras. Orlando, então, estaria à frente de milicianos que agem, além de Curicica, na Taquara, em Vargem Pequena e Vargem Grande, e no Terreirão, no Recreio.

O bando de Orlando, segundo a polícia, explora comerciantes e moradores, cobra taxas pela venda de gás e água mineral, e pelo fornecimento clandestino de TV a cabo e internet. Fora isso, cobra pedágio para vans e mototaxistas. O grupo também tem controle sobre pontos de caça-níqueis.

Orlando foi expulso da PM há 20 anos. Entou na corporação em maio de 1996 e foi mandado embora um ano e cinco meses depois, em novembro de 1997. Como soldado, Orlando cometeu atos considerados "gravíssimos" pelo regulamento disciplinar da PM.


 


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