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25/06/2018 às 12h58min - Atualizada em 25/06/2018 às 12h58min

Capixaba preso na Rússia é suspeito de assaltar pelo menos cinco agências dos Correios no ES

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Rodrigo Denardi é suspeito de integrar uma associação criminosa armada especializada nesse tipo de delito

Folha Vitória
Rodrigo Denardi Vicentini, de 31 anos, foi preso na Rússia na última sexta-feira.


O capixaba Rodrigo Denardi Vicentini, de 31 anos, preso na Rússia, é suspeito de participação de, no mínimo, outras cinco agências dos Correios no Espírito Santo. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Rodrigo é suspeito de integrar uma associação criminosa armada especializada nesse tipo de delito. 

No total, segundo o magistrado Vitor Berger Coelho, da 1ª Vara Federal Criminal, há indícios de participação do grupo nos assaltos, em 2017, as agências da Praia do Suá, em Vitória; Itarana; João Neiva; Conceição do Castelo e Governador Lindemberg.  

Rodrigo Denardi estava foragido da polícia desde 2017 e foi detido durante o jogo do Brasil com a Costa Rica, na última sexta-feira, em São Petersburgo, já dentro da Arena Zenit, com a ajuda da Interpol. Ele teve o nome inserido na lista de procurados no segundo semestre do ano passado, quando a Polícia Federal recebeu denúncias anônimas de que Rodrigo estava na Europa. 

De acordo com a ação penal movida pelo MPF, Rodrigo Denardi foi reconhecido por duas testemunhas como um dos quatro assaltantes que participaram do roubo a agência dos Correios da Praia do Suá, em Vitória, ocorrido no dia 08 de março de 2017. As investigações apontaram que foi subtraído do local cerca de R$ 79.411,60. 

Um outro suspeito de participação no assalto, Fabrício Mapeli Pereira, foi detido em maio de 2017. De acordo com as investigações, ele se apresentou espontaneamente a autoridade policial e confessou a participação no assalto. Segundo Fabrício, no dia do crime, ele entrou armado na agência, pulou o balcão, foi para a parte interna do local esperando funcionários abrirem o cofre, juntamente com um outro assaltante.

Ainda de acordo com uma testemunha, durante a ação, Rodrigo Denardi chegou a sugerir para a gerente da agência que reforçasse a segurança no local, pois do contrário, o grupo poderia retornar outra vez. 

Além do assalto a agência na Praia do Suá, a investigação aponta ainda que Rodrigo e Fabrício praticaram, no dia 22 de março de 2017, assaltos as agências de Itarana e João Neiva. De acordo com o magistrado, é provável que ambos integrem uma associação criminosa especializada na prática de roubos contra agências dos Correios envolvida em ao menos cinco roubos praticados em um período de apenas um mês. 

Rodrigo foi indiciado, a princípio, por participar de quatro roubos em agências dos Correios: dia 08 na Praia do Suá, em Vitória; no dia 15 em Conceição do Castelo; no dia 22 em João Neiva e em Itarana. Todos os crimes em março de 2017.

Perfil

Rodrigo Denardi Vicentini, de 31 anos, é casado e possui um filho. Ele é natural de Vila Velha e, antes de ser preso na Rússia, já teve passagens na Justiça por crime menores, como uso de drogas.

Comparsas

Três dos suspeitos de integrarem a associação criminosa especializada em assaltos as agências dos Correios do Estado foram presos. André Venturim Sarmento, também de Vila Velha, foi encontrado no interior do Rio de Janeiro em maio do ano passado.

Já Fabrício Mapeli, que se apresentou espontaneamente a autoridade policial em maio de 2017, foi condenado e segue preso na Penitenciária Estadual de Vila Velha III, no Xuri, em Vila Velha.

Um terceiro suspeito foi preso em junho de 2017. Thiago Victor foi detido dentro de casa, em Itapoã, Vila Velha e, segundo a Polícia Federal, ele confessou em depoimento que participou de pelo menos quatro assaltos a agências dos Correios na Grande Vitória e também no interior do Estado. Em todos os casos, ele teria agido com a ajuda de comparsas.

Outro lado

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Rodrigo Denardi. De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça, Rodrigo Denardi Vicentini não possui passagens pelo sistema prisional capixaba.

De acordo com o advogado de defesa de Fabrício Mapeli, Fernando Pereira Magalhães, o réu cumpre pena na Penitenciária Estadual de Vila Velha II (PEVV II), no Xuri, em Vila Velha. 

Para a Polícia Federal, Fabrício confessou a participação nos assaltos as agências dos Correios de Itarana e Praia do Suá, além de ter sido reconhecido por câmeras de videomonitoramento no roubo contra a agência dos Correios de Conceição do Castelo. 

Extradição

O brasileiro que estava foragido e foi preso durante um jogo da seleção brasileira na Rússia vai aguardar processo de extradição em São Petersburgo. Rodrigo Denardi, se condenado, pode pegar uma pena de 13 anos de prisão.

A operação ocorreu no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, antes da partida entre Costa Rica e Brasil. O homem, de 31 anos, teve o mandado de prisão preventiva decretado pela 1° Vara Federal Criminal do Espírito Santo pela suspeita de participação no roubo de uma agência dos Correios no município de Itarana/ES, em 22 de março de 2017.

Ele foi identificado depois que a Polícia Federal, em uma ação coordenada com os policiais russos, puderam cruzar o nome de pessoas procuradas com nomes de brasileiros que tinham comprado ingressos. Por uma questão de segurança da Copa, os russos passaram a exigir que todos os torcedores prestassem suas informações completas, o que na prática criou um enorme banco de dados de todos os estrangeiros no país.

As investigações da PF apontaram que o preso participou do assalto, juntamente com outros dois homens, tendo ameaçado funcionários e clientes com uma arma de fogo.

Mais de R$ 26 mil foram levados dos cofres da agência. O inquérito também apontou que o grupo já havia tentado roubar a agência dos Correios no município de João Neiva/ES, no mesmo dia.

O brasileiro, que utilizava um passaporte italiano quando foi preso, havia sido incluído pela Polícia Federal brasileira na lista de difusão vermelha de procurados pela Interpol, possibilitando a sua prisão na Rússia.

A prisão foi efetuada por policiais federais enviados para o Centro Internacional de Cooperação Policial (CICP), em Moscou, para atuar nos estádios durante os jogos do Brasil e auxiliar nas ocorrências envolvendo cidadãos brasileiros.

Os policiais agem de forma integrada às autoridades locais, o que permitiu a identificação e a localização do foragido brasileiro que poderá ser extraditado.

O envio de equipe especializada de policiais federais ao CICP durante a Copa integra um modelo de ação típico de grandes eventos, tendo o Brasil também recebido diversas equipes de policiais estrangeiros durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.


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