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21/06/2018 às 09h12min - Atualizada em 21/06/2018 às 09h12min

Mãe de irmãos mortos em Linhares diz que foi para MG por medo de ameaças

Juliana Sales Alves foi presa nesta quarta-feira (20), em Minas Gerais. O marido, o pastor George Alves, já está preso acusado de estuprar, agredir e colocar fogo no filho e no enteado vivos.

G1 ES
Mãe de meninos mortos no ES foi presa em MG (Foto: Umberto Lemos / InterTV)
Juliana Sales, mãe dos irmãos mortos em Linhares, no Espírito Santo, disse que saiu do estado por medo de ameaças. Juliana foi presa, nesta quarta-feira (20), na casa de um amigo da família, em Minas Gerais.

A Polícia Civil concluiu que o pastor George Alves, marido de Juliana, matou o filho Joaquim, de 3 anos, e o enteado Kauã, de 6 anos. De acordo com as investigações, as crianças foram estupradas, agredidas e queimadas vivas.


Os dois foram acusados de duplo homicídio, duplo estupro e fraude processual, por alterar a cena do crime. George ainda é acusado de tortura. Segundo o Ministério Público, a denúncia já foi aceita pela Justiça e os dois se tornaram reús. George Alves está preso desde o dia 28 de abril.

Em entrevista na delegacia de Teófilo Otoni (MG), Juliana disse que não sabia do mandado e prisão e que foi para a cidade para fazer um tratamento médico há cerca de duas semanas.

Omissão

A promotora responsável por analisar o inquérito sobre a morte dos irmãos Joaquim, de 3 anos, e Kauã, de 6, explicou que a omissão da pastora Juliana Sales é equivalente aos crimes pelos quais o pastor George Alves é acusado.

“No ordenamento jurídico brasileiro, a omissão de uma mãe tem um desvalor equivalente a uma ação. Ela tinha pleno conhecimento do risco e podia evitar esse resultado trágico. Ela responde, com o não agir de uma mãe, pelo mesmo crime. Por isso, hoje, a Juliana é formalmente ré”, afirma Raquel Tannenbaum.

Novas investigações

No dia 5 de junho, o Ministério Público tinha cobrado novas investigações para esclarecer detalhes em relação ao caso. Por causa do decreto do sigilo absoluto, o órgão não informou a motivação do pedido.

Três dias depois, a polícia enviou o inquérito novamente para o MP, que analisou o documento e decidiu pedir a prisão de Juliana. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça de Linhares na segunda-feira (18).

“Com essas diligências, colhemos provas contundentes de que ela tinha pleno conhecimento do desvio do caráter do marido, da relação conturbada que ele tinha com a própria sexualidade e do menosprezo com que ele tratava o enteado e o filho”, explica a promotora Raquel Tannenbaum.


Prisão em Minas

De acordo com a polícia, Juliana estava escondida na casa de um pastor que é advogado da família. No momento da prisão, ela estava com o filho de 1 ano e um mês. A criança foi encaminhada para o Conselho Tutelar.

Juliana foi levada para a delegacia de Teófilo Otoni e foi encaminhada para o presídio da cidade.

Crime

O crime aconteceu no dia 21 de abril. Inicialmente, o pastor George Alves, que é pai e padrasto dos meninos, disse que ele morreram em um incêndio que atingiu apenas o quarto onde as vítimas dormiam.

Mas, segundo a polícia, a versão dele não estava de acordo com os fatos apurados durante as investigações.

No dia do incêndio, a mãe disse que estava em um congresso em Minas Gerais com o filho mais novo do casal.

No enterro dos filhos, ela estava acompanhada de parentes e da polícia, já que tinha solicitado escolta por segurança.


 


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