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08/06/2018 às 10h00min - Atualizada em 08/06/2018 às 10h00min

Em 3 dias, homem agride ex-namorada, é preso, solto pela Justiça e mata ex a facadas

Filhos presenciaram agressão anterior; ele tentou se matar e foi internado. Juiz disse entender que 'medida protetiva era suficiente'.

G1
Tauane Morais foi morta pelo ex-namorado Vinícius Rodrigues de Sousa no Distrito Federal (Foto: Arquivo pessoal)

Uma moradora do Distrito Federal de 23 anos foi assassinada a facadas, nesta quarta-feira (6), por um ex-namorado que se dizia "inconformado com o término". Três dias antes, ele já tinha sido detido por agressão e tentativa de homicídio contra ela.

Tauane Morais era operadora de caixa e morava em Samambaia Norte. Segundo a Polícia Civil, o suspeito se chama Vinícius Rodrigues de Sousa, e tem 24 anos. Após o crime, ele tentou se matar, foi socorrido e internado. Tauane morreu na hora.

No último domingo, Vinicius foi detido em flagrante após agredir Tauane com socos e tentar enforcá-la. A agressão foi presenciada pelos filhos do casal – um menino de 2 e uma menina de 4 anos.

À polícia, naquele dia, Tauane contou que o ex-namorado chegou a pegar um punhal e rasgar as cortinas da casa, quebrar móveis, a geladeira e a televisão da família.

Mesmo com o flagrante, no dia seguinte, o homem foi liberado em uma audiência de custódia. O juiz Aragonê Nunes Fernandes, que analisou o caso, entendeu que a medida protetiva concedida pela Justiça à Tauane era “suficiente” para manter o agressor longe da vítima e “preservar a integridade física” dela.

Após o assassinato e a tentativa de suicídio, o homem foi socorrido no local pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O estado de saúde dele não foi informado.

Em nota, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal disse que não comenta ações, e que o juiz responsável pela soltura também não poderia comentar porque é impedido pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional.

‘Agressivo e ciumento’
Em depoimento à Polícia Civil, ainda no domingo (3), Tauane disse que já tinha sido agredida outras vezes pelo namorado, mas nunca denunciou. O delegado que investiga o caso, Eduardo Galvão, afirmou que o suspeito, que é do Piauí, não tinha passagens pela polícia no DF.

 

“Ela dizia que ele era muito ciumento, que vinha a agredindo a algum tempo, mas nunca falou nada. Foi aí que decidiu terminar o relacionamento.”


Galvão afirmou que os policiais que atenderam a mulher durante o fim de semana ofereceram proteção na Casa Abrigo, uma instituição do governo do DF, que acolhe mulheres vítimas de violência.

Feminicidio no DF
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, entre janeiro e abril deste ano foram registradas 10 ocorrências de feminicídio no Distrito Federal. No mesmo período do ano passado, foram 8.

No mês passado, a estudante Jéssyka Laynara foi morta pelo ex-namorado – um policial militar – –dentro de casa, na frente da avó e do primo. Ronan Menezes do Rego disparou cinco tiros. Duas semanas antes de ser assassinada pelo ex-namorado, a jovem, de 25 anos, enviou um áudio a uma amiga contando que não conseguia andar porque tinha levado socos no estômago e chutes nas pernas.

Depois de matar Jessyka, ainda naquele dia, o policial foi até a academia frequentada pela ex-namorada e atirou no professor Pedro Henrique Torres, de 29 anos. Pedro passou por cirurgia e se recupera, em casa.

Ronan estava de folga, sem farda, mas usou uma pistola da corporação para cometer o crime. A família da vítima diz que ele agiu por ciúmes.


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