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01/01/2015 às 20h56min - Atualizada em 01/01/2015 às 20h56min

Hartung assume oficialmente Estado e diz vai retomar equilíbrio das contas do Governo

Ainda em pronunciamento, Paulo Hartung frisou que o Espírito Santo perdeu o rumo e que, ao sair do governo, em 2010, deixou um caixa bilionário para o sucessor

Folha Vitória

Após ser empossado governador do Estado, ao assinar o termo constitucional de posse na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Paulo Hartung (PMDB) discursou durante 48 minutos, no Palácio Anchieta, logo depois da cerimônia de transmissão de cargo, realizada na tarde desta quinta-feira (01). Durante o discurso no Palácio Anchieta, o governador Paulo Hartung afirmou que o primeiro ato do governo será um decreto relacionado ao controle das finanças em todas as secretarias do Estado. 

Durante a cerimônia tradicional de transmissão, os antigos aliados que foram rivais no último pleito, se reencontraram. Deixando transparecer frieza, os dois se cumprimentaram apenas com um aperto de mão. Em seguida, a cerimonialista Hilda Cabas colocou a faixa de governador em Hartung, Casagrande desejou sorte ao novo mandatário e se despediu do público. Ao adentrar o salão anexo ao Palácio, o socialista foi aplaudido durante alguns momentos por um grupo presente no local.

Logo após o momento inusitado, Hartung retomou o microfone reafirmando o compromisso com os capixabas e voltou a criticar o agora ex-governador Renato Casagrande (PSB). Hartung cumprimentou as autoridades estaduais presentes e saudou afetuosamente os familiares. Em destaque, o peemedebista parabenizou a esposa, Cristina Gomes, que, segundo ele, manteve postura exemplar durante a campanha eleitoral, quando foi questionada pelo então adversário sobre viagens realizadas e que seriam custeadas pelo Governo.

“No processo posso falar que foi brutalizado pelo 'vale tudo', a minha esposa se manteve serena e lúcida. Ela realizou toda travessia com dignidade e equilíbrio”, afirmou.

Ainda em pronunciamento, Paulo Hartung frisou que o Espírito Santo perdeu o rumo e que, ao sair do governo, em 2010, deixou um caixa bilionário para o sucessor. De acordo com ele, o Estado perdeu capacidade de investir e todos saíram perdendo. “ Quando eu saí, deixei o Espírito Santo pronto para um salto gigantesco, mas não foi o que aconteceu. Nos últimos anos o Estado viveu um retrocesso. Passou a gastar muito e investir pouco. Perdeu a capacidade de investir com recursos próprios e saiu do rumo. Com isso, todos perderam, principalmente os mais carentes”, declarou.

Emocionado, Paulo Hartung disse que sua prioridade de governo será a área social. “Vamos priorizar a saúde, educação a segurança e todas as áreas sociais. A educação será prioridade absoluta”, disse. 

Hartung salientou ainda que um trabalho de reconstrução será realizado na Secretaria de Saúde do Estado. O governador classificou a mudança como um “choque de gestão necessário”.

Na presença do secretário estadual de Segurança, André Garcia, Paulo Hartung declarou que, ao lado do vice-governador, César Colnago (PSDB), a segurança do Estado será melhorada. “ Vamos instalar a política de ocupação social nos territórios violentos. Vamos combater a criminalidade. Trabalho lado a lado com o meu vice. Ele sabe que vai trabalhar muito. Vice comigo carrega pedra”, brincou.

Mostrando tranquilidade e bom humor, o governador encerrou o discurso mostrando empolgação para os próximos quatros anos. “ Estou com uma energia danada para sacudir o Espírito Santo. Podem se preparar que estou com um gás danado”, finalizou.

Confira na íntegra o discurso do governador: 

- A vitória nas urnas por si só requer um especial agradecimento pelo voto de confiança dos eleitores. A inédita eleição de um gestor para um terceiro mandato à frente do Executivo capixaba,  que é também a minha oitava condução pelo voto a uma função pública, me leva a uma reverência ainda mais emocionada à população do Espírito Santo: OBRIGADO! MEU MUITO OBRIGADO! 
 
- Um agradecimento afetuoso à minha família, especialmente à minha esposa, Cristina. Num processo eleitoral brutalizado pelo vale-tudo na disputa pelo poder, minha mulher soube combinar lucidez com serenidade para fazermos a travessia com dignidade e equilíbrio.
 
- Como bem lembrou Isabel Allende, rememorando um antigo ditado popular judaico, há algo mais verdadeiro que a verdade: a história. Essa certeza nos conduz.
 
- Um abraço especial à minha mãe Lília, ao meu irmão Júlio, ao meu filho Gabriel, à minha nora Priscila. Saudando o meu sogro, Sr. Custódio, cumprimento os demais familiares aqui presentes.  
 
- Além dessas palavras e gestos de profundo agradecimento, embaladas por uma indescritível emoção pessoal, afirmo aos capixabas que, a cada dia, vou expressar minha gratidão da forma mais eloquente que conheço: TRABALHO. MUITO TRABALHO. 
 
- Um trabalho para o qual conclamo todos os capixabas de bem, formando uma rede participativa, ampla, múltipla e dinâmica. Um movimento que considero decisivo para que nossa ação seja efetiva e produza as mudanças de que tanto precisamos e que tanto sonhamos. 
 
- Até porque, dessa forma, estaremos todos fazendo jus ao lema de nossa bandeira: “Trabalha e Confia”. Legenda inspirada num dos fundamentos dos construtores originais deste palácio, os jesuítas: “Trabalha como se tudo dependesse de ti e  confia como se tudo dependesse de Deus”. 
 
- Para conclamar os capixabas a formar essa rede colaborativa, de confiança em nossas energias e potencialidades e trabalho incessante, busco inspiração em uma das mentes mais brilhantes do século XX, a pensadora Hannah Arendt. Para ela, a política representa antes de tudo a liberdade para transformar a vida, para recriar a existência, garantindo sempre as condições históricas para um Novo Início.
 
- Segundo a filósofa, diante dos desafios, não importando o seu grau de complexidade, os homens terão sempre a possibilidade de fazer o novo, de se reinventar pela ação política.
 
- E é exatamente para a ação de um Novo Início nas terras capixabas que convido a todos os de bem-querer. Afinal, trabalhando juntos a gente já deu provas de que podemos ir muito mais longe do que imaginávamos.
 
- A minha última experiência com mandato foi receber o Espírito Santo em 2003 num tempo extremante desafiante. Em regime de mutirão, montando uma boa equipe, estabelecendo um planejamento de curto, médio e longo prazos, com metas bem definidas, conseguimos reorganizar a prestação de serviços públicos, retomar as obras, regularizar os pagamentos a servidores e fornecedores.
 
- Vencidas as tarefas emergenciais, pudemos expandir e qualificar os serviços e obras de responsabilidade do Estado. De fonte de maus exemplos para o país, nos tornamos referência nacional em gestão pública e desenvolvimento com inclusão. 
 
- Entre 2003 e 2010, mais de 430 mil capixabas saíram da pobreza e 172 mil deixaram a condição de indigentes. 554 mil ascenderam à classe média. 
 
- Também foram registradas melhorias em todos os indicadores sociais, como alfabetização, escolaridade, frequência escolar, mortalidade infantil, expectativa de vida, ampliação de cobertura de saneamento, emprego com carteira assinada, entre outros. 
 
- Fomos muito além do que imaginávamos ser possível inicialmente graças a uma política de modernização da máquina pública, reconquista da capacidade de investimento com recursos próprios e austeridade fiscal. 
 
- Nesse caminho, o Estado elevou de menos de 1%, em 2003, para cerca de 16% em 2010 o índice de investimentos com recursos próprios. 
 
- Encontramos um Estado mergulhado no caos da corrupção e do desgoverno e legamos um Novo Espírito Santo. Uma casa arrumada, com uma arrecadação mais que suficiente para as despesas correntes e os investimentos. Deixamos mais de 300 projetos em execução, cobrindo todas as áreas essenciais para a nossa população.
 
- Contrariando a infeliz tradição brasileira de repassar aos sucessores nada além de terra arrasada, deixamos um recurso bilionário no caixa do Tesouro Estadual.
 
- Minhas prezadas e meus prezados, deixei um governo absolutamente organizado. Entreguei um Estado preparado para dar um salto de desenvolvimento social e econômico. Mas, infelizmente, não foi isso o que aconteceu.
 
- Nos últimos anos, o Governo do Estado desperdiçou uma das maiores conquistas de qualquer sociedade. O equilíbrio fiscal, conquistado com muito custo, foi minado por uma série de equívocos. Um retrocesso. Uma lamentável perda, pois é o saudável equilíbrio entre receita robusta e investimento qualificado que promove o crescimento e garante melhores condições a todos, especialmente aos nossos irmãos empobrecidos. 
 
- Nesse sentido, nos últimos anos, o Governo do Estado passou a gastar mais, sem entregar mais obras e melhores serviços.
 
- Além disso, num paradoxo difícil de entender, em um momento de exponencial arrecadação de royalties de petróleo, o Espírito Santo perdeu capacidade de investimento com recursos próprios.
 
- Enfim, nos últimos anos, o Espírito Santo, que tinha tudo para dar um salto de desenvolvimento socioeconômico, perdeu o rumo.
 
- O Estado perdeu o ritmo, o ímpeto de crescimento. Crescimento que gera empregos, aumenta a renda e viabiliza recursos para que o governo melhore as políticas públicas. 
 
- Numa contingência generalizada de déficit da ação governamental, todos saíram perdendo. Mas, quem mais perdeu foi justamente aqueles que menos tinham. O enfrentamento e a superação da miséria e da pobreza saiu prejudicado e voltamos a ver ampliada a população de empobrecidos entre nós. 
 
- Diante dessa situação inesperada, com a sociedade desejosa por discutir opções de projeto que fizessem jus às potencialidades e capacidades do Estado, e em razão da minha plena e inabalável convicção de que o Espírito Santo podia e merecia mais, coloquei minha candidatura como alternativa aos capixabas. 
 
- Honrosamente reconduzido ao Executivo, e diante dos gigantescos desafios que temos pela frente, estou aqui propondo, como disse, a construção de um Novo Início aos capixabas.
 
- E nos primeiros passos deste Novo Início, prezadas e prezados, temos algumas tarefas urgentes e um conjunto de compromissos, fundamentos e valores essenciais a nos pautar.
 
- Uma primeira tarefa inadiável é a constituição imediata de uma Comissão Técnica de Alto Nível para rever o Orçamento 2015. Os secretários da Fazenda e do Planejamento vão avaliar o projeto de lei orçamentária e apontar sugestões para o debate em torno de um orçamento realista e responsável. 
 
- A guiar o trabalho desse grupo de revisão do orçamento, estão os dados da realidade do Estado e do País, as condições encontradas na máquina estadual, e os propósitos de reconquista do equilíbrio fiscal e da capacidade de investimento com recursos próprios. 

- Por mais que isso possa parecer óbvio, é sempre bom lembrar que um orçamento realista é um primeiro passo fundamental para a promoção dos avanços sociais de que tanto precisamos.  
 
- E falando nisso, reafirmamos aqui: nossa prioridade de governo é a área social. Educação, saúde, segurança, direitos humanos, cidadania, capacitação profissional, entre outros, demandam um olhar prioritário e carinhoso.
 
- A educação, que um dia foi a luz que nos livrava da ignorância, conserva seu papel de libertadora das trevas – como sempre será, aliás. Mas, na sociedade globalizada, na era da informação e do conhecimento, atingiu um patamar ainda mais nobre e importante. Hoje, a educação representa uma janela de oportunidade para a emancipação dos cidadãos e uma peça central para a competividade dos povos.
 
- Diante de sua importância à vida atual, a educação será nossa prioridade absoluta. Além disso, vamos buscar formar um mutirão em torno de sua qualificação, envolvendo famílias, poderes públicos, organizações da sociedade civil e agentes produtivos. 
 
- É preciso ampliar e fundamentalmente qualificar a educação em todos os seus níveis, conferindo-lhe eficácia, promovendo sua conexão com as marcas da contemporaneidade, tornando-a atrativa aos jovens como um caminho a abrir as portas de um futuro digno e emancipado. 
 
- Nessa direção, vamos concluir o processo de municipalização do ensino fundamental, valorizar o magistério, investir em infraestrutura. Com a Escola Viva, vamos evoluir na melhoria e dinamização do ensino médio, entre outras medidas importantes para capacitar a juventude.
 
- Com um alcance quase tão vasto quanto o horizonte, a educação, no nosso caso, tem um encontro marcado com um outro campo muito caro e especial ao nosso governo: a cultura. E nada pode simbolizar e celebrar tão bem essa união decisiva à emancipação e ao bem-estar humanos do que o Cais das Artes, que será um verdadeiro porto de encontro entre arte e educação.
 
- Simbolicamente instalado à beira-mar, esse que será um divisor de águas na cena cultural capixaba, também vai se constituir como um centro de valorização da nossa produção cultural e de conexão de nossa identidade com identidades do Brasil e do mundo.
 
- Neste Novo Início, senhoras e senhores, temos um desafio decisivo: a verdadeira reconstrução da Secretaria da Saúde. Num setor essencial, chegamos a uma inadmissível situação crítica de desarranjo. Vamos ter de fazer um profundo choque de gestão para reabilitar a área e, assim, podermos cuidar de forma eficaz da vida dos capixabas, principalmente dos mais necessitados, a maioria absoluta dos usuários dos serviços públicos de saúde.
 
- Essa urgente mudança também vai capacitar a Secretaria da Saúde a promover parcerias multissetoriais, a exemplo da área dos Esportes, que, além de seu importante papel específico, tem muito a contribuir para melhorar a qualidade de vida dos capixabas e formar gerações com hábitos mais saudáveis.
 
- Na área de segurança, vamos dar um novo passo, com a política de ocupação social dos territórios violentos do Espírito Santo. Vamos fazer frente à criminalidade, especialmente na questão das drogas, oferecendo serviços públicos de prevenção e atenção, além de garantir acesso a oportunidades de crescimento individual e comunitário, por meio da educação, saúde, cultura, arte, esporte, capacitação profissional, empreendedorismo, entre outros. 
 
- Retomar o desenvolvimento econômico ampliado, competitivo e sustentável é outra tarefa deste novo início. Missão que deve ser orientada para a promoção da prosperidade de todos, com inclusão social, ganhos em qualidade de vida e ampliação de produtividade.
 
- Nessa direção, vamos reestruturar a Secretaria de Desenvolvimento e retomar uma firme, ousada e consistente diplomacia comercial, para mostrar ao país e ao mundo o universo de oportunidades produtivas das terras capixabas.
 
- Para consolidar uma vocação de nosso Estado, a logística, precisamos investir em expansão e qualificação de nossos modais de produção (aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, energia) e também em infraestrutura de telecomunicações, processamento e transmissão de dados.
 
- Ainda nessa área, um olhar especial ao Interior capixaba. Aqui as palavras-chave são diversificação, qualificação, valorização e sustentabilidade. A nossa tradicional agropecuária será vista no âmbito de uma política de desenvolvimento regional e num diálogo com uma agenda municipalista, valorizando-se as vocações dos arranjos familiares, da cafeicultura, do agronegócio, da fruticultura, da silvicultura, e tantos outros setores essenciais à nossa economia.
 
- Totalmente ligada aos processos de desenvolvimento está a área de meio ambiente. Com suas especificidades, campo e cidade devem ser vistos numa perspectiva de imprescindível preservação das condições de vida em nosso território. 
 
- Combate à poluição e à degradação ambiental, elaboração de um plano de reservação de água para enfrentar o déficit hídrico, recuperação e preservação de cobertura florestal e das nossas nascentes são caminhos sem volta numa governança responsável, que opera no presente com os olhos nas futuras gerações. 
 
- Garantindo um real desenvolvimento com avanços sociais estão os investimentos em infraestrutura para a vida digna e saudável. Aqui vamos contemplar setores como habitação, com atenção especial às parcelas mais fragilizadas da população; e também o saneamento, com oferta de água tratada a todos, expansão da coleta e tratamento de esgoto.
 
- A ampliação, humanização e racionalização da mobilidade urbana é um ponto crucial. Mas é preciso fazer esse movimento dentro de um novo conceito de centros urbanos. Com investimentos em calçadas, ciclovias e transporte coletivo, nossas cidades devem dar prioridade às pessoas e não aos automóveis. 
 
- O espaço geográfico, os recursos financeiros e a capacidade de realizar obras gigantescas nunca serão suficientes para dar conta do fluxo vertiginoso e crescente de automóveis nas ruas. É preciso dar um novo destino às nossas vias públicas e isso se faz priorizando a mobilidade humana em nossas cidades. Nesse novo cenário que vislumbramos, a educação para o trânsito é algo prioritário, fator decisivo à inadiável reinvenção da mobilidade em nossos centros urbanos.
 
- Como falar em desenvolvimento hoje e ignorar o turismo; a ciência e tecnologia; o empreendedorismo; a inovação? No campo de atuação específica  do governo e em todos os casos nos quais lhe couber uma ação de incentivo e suporte juntos aos demais setores da sociedade, nós marcaremos significativa presença.
 
- Senhoras e senhores, até aqui lhes falei de um conjunto de ações e de valores, pois é disso que se compõem os movimentos com que fazemos nossa história. Não tive a intenção de esgotar o elenco diverso e impositivo de nossas urgências e também de nossas missões de médio e longo prazos. Apenas destaquei áreas dentre um conjunto de questões e desafios prioritários que no dia a dia de todos nós está bem evidente. 
 
- Faço essa ressalva para dizer que este rol de abordagens não exclui outros temas dos quais temos iluminada consciência de prioridade. O que também lhes posso garantir é que para tratar desses e outros desafios, o povo capixaba terá o melhor de minhas energias e toda a minha disposição.
 
- Mas como aprendi com meu saudoso pai, o voluntarismo não leva a bom termo, principalmente em situações desafiantes, como a que estamos confrontados. Boas companhias e boas ferramentas de trabalho são essenciais.
 
- Nesse sentido, gostaria de destacar o protagonismo do vice-governador no nosso governo, que trabalhará ao meu lado no enfrentamento das grandes questões do Estado. Dentre as suas atividades como coordenador da área social, César Colnago participará ativamente das ações de implantação do Programa de Ocupação Social. As iniciativas ligadas ao Interior capixaba serão acompanhadas de perto pelo vice-governador, que também  cumprirá o papel de fortalecer o diálogo do governo com a sociedade. 
 
- O uso das revolucionárias tecnologias de informação e comunicação, o planejamento estratégico e a gestão intensiva de projetos devem integrar um moderno e eficaz arsenal de batalha na guerra pela qualificação e melhoria do desempenho da máquina pública. Setor que, por se sustentar com pesados impostos e estar devotado à prestação de serviços e ao provimento de infraestrutura para a existência digna, deve ser de excelência.
 
- Nessa direção, vamos criar um Comitê Multissetorial para constituir a Política Pública de Gestão. Em vez de atuar setorialmente, vamos elaborar um paradigma único de trabalho no serviço público, tendo em vista um governo de resultados. Amanhã, assinaremos um decreto criando esse comitê, responsável por formular essa política que vai orientar milhares de servidores, dirigentes e gerentes públicos em todo o Estado no seu trabalho cotidiano. 
 
- Mas um bom governo não se faz apenas com ferramentas e estratégias. Elas são decisivas, mas as pessoas são essenciais. E para liderar os trabalhos nas secretarias e órgãos públicos, estamos unindo a boa técnica com a sensibilidade social e política. Assim, estamos montando um time de primeira para, juntamente com as melhores forças da sociedade, colocar o Espírito Santo novamente no rumo da prosperidade compartilhada. 
 
- Ainda no âmbito das melhorias na estrutura governativa, tendo em vista a ética republicana de primazia inegociável do interesse público, vamos dar um passo à frente nas estruturas criadas e estruturadas em 2009 para prevenção e combate à corrupção. Vamos imediatamente iniciar o trabalho para a implementação da Lei federal Anticorrupção. Além disso, vamos partir para a criação de um novo portal da transparência, numa iniciativa que eleve o Espírito Santo ao nível de excelência nessa área.
 
- A tarefa é gigantesca. Mas o desafio, antes de tudo, me inspira, como deve inspirar a todos aqueles que acreditam na política nos termos de Milton Santos: a arte de pensar as mudanças e de torná-las efetivas. 
 
- Temos muito trabalho pela frente. Aos desafios constituídos nos últimos anos em nosso Estado, muitos deles causados pela irresponsabilidade fiscal, pelo amadorismo gerencial e até mesmo pela inconsequência administrativa, somam-se os desafios do cenários nacional e internacional.
 
- O mundo ainda se recupera em ritmo lento da crise financeira. E a China, nosso principal comprador de commodities, segue crescendo menos a cada ano. 
 
- Quanto ao Brasil, vivemos um momento de grave crise. Mas acredito que nossas instituições nos conduzirão à superação deste momento crítico em ambiente de normalidade. Na cena econômica, quero afirmar que vou apoiar e fazer o que puder para a inadiável recuperação das contas públicas e  o impositivo combate à inflação, com vistas à retomada do crescimento sustentado da nação.  
 
- Nos fóruns próprios também vou defender a retomada de uma agenda modernizante do país, com foco na competitividade e na produtividade. O Brasil precisa melhorar sua educação básica e sua infraestrutura econômica. No nosso caso específico, além da já mencionada prioridade à educação, vou buscar, juntamente com a bancada federal, apoio e parcerias junto ao governo central e à iniciativa privada para resolver os gargalos de nossa infraestrutura produtiva.
 
-  Adicionalmente a esses desafios, temos uma imensa e complexa tarefa de modernização da atividade político-governamental em face dos fundamentos da vida atual.
 
- Como sempre venho salientando, nos dias de hoje estamos permanentemente numa corrida de obstáculos. Situações que oferecem desafios, mas também oportunidades. 
 
- As novas tecnologias de informação e comunicação estão ajudando a formar uma nova sociabilidade. Elas conectaram o planeta num processo de globalização inédito na história da humanidade. 
 
- Essa realidade nos coloca ameaças, como foi a crise financeira internacional de 2008/2009, cujos efeitos sentimos até hoje. Mas também nos fornece ferramentas importantes para criar ambientes inovadores, geradores de bem-estar e prosperidade. 
 
- No campo da política e das instituições públicas, esse novo mundo também instaura desafios e oportunidades. Estamos experimentando uma demanda de urgente atualização dos processos de representatividade e diálogo com a sociabilidade atual, principalmente com relação à juventude, cada vez mais conectada e estudada. 
 
- A democracia é um valor universal a guiar as ações históricas, mas as atividades que por ela se iluminam precisam ser contemporâneas do tempo vivido. 
 
- Nesse sentido, é que as tecnologias digitais abrem espaço, principalmente nas redes sociais, para o debate acerca da necessidade de a representação, a agenda e as interfaces políticas se atualizarem.
 
- Não dá para manter estruturas e práticas arcaicas em um tempo completamente convulsionado por tecnologias de vanguarda e agitado por novas demandas sociais, econômicas e culturais. 
 
- É preciso um novo padrão de interlocução e também novos projetos de caminhada histórica. É preciso constituir um governo em rede com a sociedade, contemplando valores que são caros à contemporaneidade, como transparência, diálogo, colaboração, participação e agilidade.
 
- As manifestações populares mundo afora, articuladas vias redes sociais e outros instrumentos das novas tecnologias, são eventos que devem chamar a atenção para a urgente necessidade de se renovar a pauta e o modus operandi da política. Inclusive para conquistar os jovens para o universo da política com P maiúsculo.
 
- Enfim, prezadas e prezados, é na lida com oportunidades e desafios que o homem escreve a sua história. É também assim que será neste novo governo que agora começamos. O importante é estarmos preparados para ocupar os espaços das oportunidades e aptos a resistir e superar as adversidades.
 
- No caso das terras capixabas, já provamos que, unidos em torno de um grande e convergente objetivo, podemos muito. Do fundo poço da corrupção e dos desmandos, nos erguemos, renascemos como um Novo Espírito Santo.
 
- Que este 1º de Janeiro de 2015 seja a marca de um NOVO INÍCIO para as terras capixabas, como de forma lúcida, mas também esperançosa, nos fez observar Hannah Arendt acerca da razão de ser da política. 
 
- Aos de boa vontade, aos homens e mulheres de bem deste nosso amado Estado, conclamo a estarem juntos conosco. Vamos formar uma rede colaborativa e participativa para construir um Novo Início.
 
- Afinal, como escreveu Saint-Exupéry, “o futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando hoje”.
 
- E se a história não tem destino, que o futuro seja, então, pura inspiração.
 
- Até porque o Espírito Santo pode mais! Os capixabas merecem mais!
 
- Que Deus esteja sempre conosco!
 
- Muito obrigado!


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