A equipe do projeto de extensão Comunidade Participativa encerra nesta semana a distribuição dos cartões-alimentação para as famílias de pescadores artesanais em vulnerabilidade social, em função da pandemia de covid-19. Estão sendo beneficiadas 1.700 famílias, em 21 comunidades de dez municípios: Conceição da Barra, São Mateus, Linhares, Aracruz, Serra, Vitória, Vila Velha, Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy.
Essa é a terceira parcela de R$ 120, que será liberada em fevereiro. As duas anteriores, no mesmo valor, foram pagas em dezembro e janeiro. Outra iniciativa do projeto é a distribuição, em breve, de vale-gás no valor de R$ 100 para as mesmas famílias cadastradas. Os recursos desses auxílios são provenientes da Petrobrás, parceira da Ufes no projeto de extensão, que também conta com o apoio da Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest).
Segundo o professor Marcos da Cunha Teixeira, diretor de Interlocução com a Sociedade da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Ufes e coordenador do Comunidade Participativa, o projeto existe desde 2018 e é desenvolvido pelo Laboratório de Educação Ambiental (LabEA) no campus de São Mateus. Ele nasceu com o objetivo de promover a formação socioambiental de moradores de comunidades tradicionais para a compreensão e busca de soluções para os principais problemas que limitam a qualidade de vida local. Desde então, foram realizadas ações de capacitação socioambiental, reuniões de mediação com órgãos institucionais buscando garantir o diálogo com as comunidades e equipe setorial para encaminhamentos de demandas dessas populações, e mobilização de moradores para ações visando o desenvolvimento social, econômico e ambiental das comunidades de pescadores, dentre outras iniciativas.
“A partir de 2020, com o aparecimento da covid-19, passamos a realizar, também, campanhas de arrecadação de recursos e compra de cestas básicas para famílias das comunidades tradicionais vítimas da crise econômica provocada pela pandemia”, conta o professor. A pandemia deixou muitas famílias de pescadores artesanais sem poder comercializar seus produtos, o que levou a dificuldades de prover o sustento básico e resultou em situação de insegurança alimentar. O projeto de extensão, que já tinha atuação nos territórios, ajudou no mapeamento junto com lideranças e associações de moradores, além de coordenar a entrega dos cartões-alimentação e vales-gás. A Petrobrás contribuiu com a doação dos recursos.
Novos rumos
O Comunidade Participativa renovou sua parceria com a Petrobras por meio de novo convênio firmado em novembro de 2021, envolvendo também a Fest. Nessa nova etapa, a equipe da Ufes fará a execução do Programa de Educação Ambiental Redes de Cidadania nos territórios da pesca artesanal. O projeto tem a supervisão do Ibama e duração prevista de três anos.
“Nosso projeto visa à formação e qualificação de lideranças das comunidades de pescadores, para que sejam protagonistas na busca de solução para os problemas das suas comunidades”, explicou o professor.
