Depois de muitas discussões em torno das contas do governador Renato Casagrande (PSB), registrando até divergências interna em alguns partidos, os deputados estaduais aprovaram com ressalvas o relatório da Comissão de Finanças nesta segunda-feira (22). O deputado Euclério Sampaio (PDT) foi o único a votar contra o documento que teve aprovação do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES).
O líder do governo, Vandinho Leite (PSB), fez a defesa do relatório com ressalvas, sugerido pelos deputados José Carlos Elias (PTB) e Elcio Alvares (DEM).
“Esse foi um momento ímpar nessa Casa. Faz parte do parlamento o debate. Registro o esforço do diálogo para aprovação das contas. Tecnicamente, tinha o problema das metas fiscais, mas não existe na legislação nenhum tipo de punição para gestor que não cumpre a meta fiscal. Chegamos ao melhor entendimento. Sem vencidos ou vencedores", disse.
Já o deputado Paulo Roberto (PMDB) lembrou que aprovação com ressalvas das contas do governador foi uma construção iniciada com os parlamentares.
“A comissão de finanças não julga as constas do governador. A comissão de finanças emite o seu parecer ao plenário. Relatório de Euclério Sampaio é consistente e robusto. A Comissão de Finanças não é homologatória. Ela é de discussão. Cumprimos o nosso dever”, salientou o peemedebista.
Antes da votação do relatório, a deputada Lúcia Dornellas (PT) manifestou-se sobre a sua ausência na sessão de terça-feira (15). Ela explicou que na ocasião esteve construindo o relatório sobre as contas do governador, ao lado do deputado Rodrigo Coelho (PT).
“Lamento o fato de ter sido criticada por companheiros de partido. Lamento ainda que o deputado Claudio Vereza tenha entregue a liderança do partido na Casa sem discussão”, desabafou a parlamentar.
Já o também petista Rodrigo Coelho, eleito para sua segunda legislatura, fez considerações sobre a experiência adquirida nesse tempo.
“Nunca trabalhei pela rejeição das contas do nosso governador Renato Casagrande. Precisei fundamentar meu voto e foi isso que busquei fazer nesse tempo. A intolerância e a impaciência não têm lugar na vida política. Esse é o aprendizado mais profundo que levo desse episódio. A Assembleia também tem corpo técnico e tem capacidade de emitir parecer técnico”, destacou o deputado Rodrigo Coelho (PT) ao justificar os argumentos do relatório, cujo parecer foi pela aprovação.