Uma tragédia abalou o distrito de Soturno, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, na manhã deste sábado (25). Contrariado por um ex-funcionário, que teria o colocado na Justiça por questões trabalhistas, o empresário do setor de mármore e granito acabou atirando contra ele, mas acertando um funcionário, que morreu no local. Após o engano, o empresário cometeu suicídio na estrada que liga o município à Vargem Alta.
O crime aconteceu por volta das 10h30 da manhã, na localidade de Buraco do Sapo. O empresário Jovercino de Assis Garcia, 59 anos, encontrou o ex-funcionário Paulo Cezar da Silva conversando com o serrador Hermiro dos Santos Fraga, de 51 anos. Depois de uma discussão, o empresário apontou a arma e atirou contra as vítimas.
“Fui conversar com colegas. Um funcionário contou que ele havia saído, mas que voltaria. Não fui lá conversar com ele e sim com colegas. Quando ele chegou, me chamou no escritório, não cheguei nem entrar, fui perto”.
Após a conversa, Paulo contou que o empresário subiu em um cômodo no segundo piso da firma e desceu com um revólver. “Ainda brinquei com o colega: Socó (apelido de Jovercino de Assis) foi lá pegar um revólver e o colega disse: não duvido. Quando olho, ele veio com a arma e disse que eu tinha que tirar o nome dele. Pedi calma, como vou fazer isso hoje? Ele atirou há menos de um metro da minha cabeça, a queima roupa”, conta.
O serrador Hermiro dos Santos Fraga tentou correr, mas foi atingido por dois disparos e morreu no local. Paulo correu para fugir da mira do ex-patrão, em direção a um morro. Ele conta que viu quando Jovercino entrou no carro, um Fiat Strada, e seguiu sentido Vargem Alta pela estrada ES 164.
O vizinho Miguel Zequinio contou que ouviu os disparos e chamou a polícia. “Escutei dois tiros. Jovercino passou em frente a minha área limpando o revólver. Liguei para 190 rapidinho, mas ele já tinha saído com o carro. Hermiro era uma ótima pessoa, conheço há muitos anos, nunca ouvi falar nada dele”, comentou.
Suicídio
O veículo do empresário foi encontrado às margens da via. Foi preciso quebrar um dos vidros para abrir o veículo. A família do empresário foi ao local. De acordo com a cunhada, Luciana Debona, a família estava desolada com o que aconteceu.
“Os últimos dias estavam meio tumultuados. Ele estava um pouco agitado. Era uma pessoa meio fechada e para a gente não reclamava nada. Não sei se tinha problema com funcionários. Não entendemos ainda o que aconteceu”, comentou.
Empresa estaria em crise
O crime chocou vizinhos e funcionários da empresa. Segundo Paulo Cezar da Silva, que trabalhava na empresa desde 2013 e se desligou no início deste mês, a empresa passava por dificuldades financeiras.
“Ele dizia que a empresa passava por dificuldades. Atrasava pagamentos. Não esperava que isso iria acontecer. Hermiro morreu de graça, sem ter nada a ver. Não esperava que isso iria acontecer”, contou.