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11/05/2016 às 10h23min - Atualizada em 11/05/2016 às 10h23min

Uma saga de traições e mágoas que se repete no Estado

Disputa por poder já fez vários aliados brigarem

Gazeta Online

Acusações, traição e mentiras têm sido a tônica atual de um cenário político nacional em guerra, envolvendo dois ex-aliados: a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice, Michel Temer (PMDB), que caminhavam juntos desde 2010, na primeira eleição da petista.

O que talvez não esteja tão fresco na memória é que o clima hostil no âmbito nacional também já ocorreu (e ainda ocorre) entre ex-aliados no Espírito Santo. Alguns casos, inclusive, viraram verdadeiros clássicos da política local.

Um deles, remonta aos anos 90, época em que o país também vivia um processo de impeachment com o então presidente Collor de Mello. Até então desconhecido no meio político, o engenheiro Albuíno Azeredo se tornou secretário de planejamento do governo Max Mauro, que esteve à frente do Estado de 1987 a 1990.

Na eleição seguinte, Albuíno se elegeu governador com o apoio do padrinho político. A parceria, porém, ruiu, após disputas internas dentro do PDT, partido em que estavam no momento, e a posterior retirada de “maxistas” de cargos no governo.

Duas décadas depois, o Estado presenciava novamente mais uma passagem de bastão entre aliados. Em 2010, após dois mandatos, o atual governador, Paulo Hartung (PMDB), apoiou a eleição de Renato Casagrande (PSB) para lhe suceder. Quatro anos depois a relação terminou, quando Hartung resolveu se candidatar e frustrar a expectativa de reeleição do socialista. A briga dos dois segue até hoje, já estando o peemedebista quase na metade do mandato.

Hartung diz ter herdado um Estado desorganizado e com as contas em ruína. Casagrande, por sua vez, nega e acusa o governador de mentir. A palavra “traição” esteve presente em boa parte da campanha de 2014.

Serra

Outro embate famoso e parecido vem do município da Serra. Após dois mandatos na prefeitura, de 1997 a 2004, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) fez de seu então secretário de Educação, Audifax Barcelos (Rede), o sucessor do mandato, onde ficou de 2005 a 2008.

Os dois, porém, entraram em rota de colisão na eleição seguinte. A contragosto, Audifax desistiu de concorrer e o pedetista se tornou prefeito outra vez. Dada a ruptura, não era incomum que, em eventos da prefeitura, na gestão Vidigal, a música “Vou festejar” (“Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão...”), da sambista Beth Carvalho, fosse tocada.

No último confronto em 2012, Audifax deu o troco em Vidigal vencendo no primeiro turno em uma campanha de ânimos acirrados. A briga parece longe de acabar, visto que ambos são pré-candidatos à eleição deste ano.

 

Ruptura também em Cachoeiro

Assessor do prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione (PT), quando o mesmo foi deputado estadual de 2003 a 2010, o hoje secretário de Estado da Assistência Social e deputado licenciado, Rodrigo Coelho (PDT), se lançou na disputa a uma vaga na Assembleia pela primeira vez em 2010, com as bençãos de Casteglione.

Foto: Arquivo / Reinaldo Carvalho

Rodrigo Coelho

Na ocasião, Coelho acabou assumindo como suplente e foi reeleito no pleito seguinte, novamente com o apoio do prefeito. Porém, a baixa aprovação do petista em Cachoeiro e o desgaste do PT no âmbito nacional teriam levado Coelho a abandonar a sigla para se filiar ao PDT.

A saída gerou desgaste e o secretário, provavelmente, será candidato à prefeitura, possivelmente num projeto de oposição.

Pessoas ligadas ao prefeito afirmam que a relação entre os dois, que um dia já foi de amizade, hoje é apenas institucional. Clima que pôde ser sentido no começo do mês, quando os dois estiveram juntos em uma solenidade para reforma do Mercado da Pedra, em Cachoeiro. Em seu discurso, Rodrigo Coelho se referiu ao prefeito como “amigo”, o que não foi correspondido por Casteglione ao microfone.

 

Em Kennedy, tio e sobrinha rompem após a sucessão

Uma das mais peculiares brigas entre ex-aliados envolve dois familiares. A atual prefeita de Presidente Kennedy, Amanda Quinta (PSDB), e o ex-prefeito Reginaldo Quinta (PMDB), moravam juntos e desfizeram todos os laços que lhe uniam após a sobrinha se eleger com seu apoio em 2014.

Conforme explicou a A GAZETA em janeiro, Reginaldo, que havia sido preso dois anos antes na Operação Lee Oswald - sob acusação de estar na quadrilha que desviou mais de R$ 50 milhões dos cofres públicos da prefeitura, por fraudes em licitações -, queria continuar dando as cartas através do mandato da sobrinha eleita.

Amanda, porém, teria criado asas e passou a criticar a administração do tio. Reginaldo se defende afirmando que a sobrinha é influenciada pelo namorado, que segundo comentários na cidade, seria quem comandaria a administração municipal, e a prefeita segue reclusa.


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