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22/03/2016 às 10h15min - Atualizada em 22/03/2016 às 10h15min

PF cumpre 110 mandados da 26ª fase da Lava Jato e mira a Odebrecht

Atual fase foi batizada de Xepa; 15 mandados são de prisão. Ação ocorre em SP, RJ, SC, RS, BA, PI, PE, MG e no Distrito Federal.

G1
Movimentação na sede da Polícia Federal, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (22), durante a 26ª fase da Operação Lava Jato. (Foto: Marcos Bezerra/ Estadão Conteúdo)

A Polícia Federal(PF) cumpre mandados da 26ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta terça-feira (22). Cerca de 380 policiais federais cumprem 110 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal. A atual fase foi batizada de Xepa e tem como alvo o Grupo Odebrecht.

A nova fase foi deflagrada após a identificação de indícios de que a Odebrecht possuía um departamento responsável por fazer pagamentos de vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empresa.

A missão desse departamento, chamado de chamado "setor de operações estruturadas", era viabilizar, mediante “pagamentos paralelos”, atividades ilícitas realizadas em favor da empresa, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF). 

O setor tinha um sistema informatizado próprio utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas, ainda de acordo com o MPF.

Um outro sistema - no qual os envolvidos usavam codinomes - permitia a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e os doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios.

O MPF apurou que pelo menos 14 executivos de outros setores da Odebrecht, que demandavam os “pagamentos paralelos”, encaminhavam aos funcionários as solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios ficassem centralizados nessa estrutura específica.

As evidências, conforme o MPF, abrem uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas, que se estenderam até novembro de 2015, mais de um anos após a deflagração da Lava Jato.

Em nota, a Odebredcht informou que que "tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários.”

Mandados
As investigações apontam a possível prática de crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro oriundos da Petrobras que teriam sido cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados à empresa.

Dentre os alvos de prisão estão Marcelo Rodrigues e Olívio Rodrigues Júnior, que foram levados à sede da PF em São Paulo. Os outros nomes não foram divulgados até a publicação deta reportagem.

Do total de mandados, 67 são de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva -  quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento - 11 de prisão temporária e quatro de prisão preventiva.

Até as 9h19, pelo menos seis mandados de prisão, 25 de busca e apreensão e 25 de condução tinham sido cumpridos em São Paulo.

Em São Paulo, os mandados estão sendo cumpridos na capital, em Guarujá, Guarulhos, Jundiaí e Valinhos; no Rio de Janeiro: na capital e Angra dos Reis; na Bahia: em Salvador e Mata de São João; no Distrito Federal: em Brasília; em Pernambuco: no Recife; em Minas Gerais: em Belo Horizonte; e no Rio Grande do Sul: em Porto Alegre.

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.

A atual fase é um desdobramento da 23ª fase, que foi batizada de Acarajé. A ação foi deflagrada em 22 de fevereiro e prendeu o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, além da mulher dele Monica Moura. Os dois são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior e estão detidos na Superintendência da PF, em Curitiba.
 

25ª fase 
A 25ª fase da operação foi deflagrada nesta segunda-feira (21) pela polícia judiciária de Lisboa, em Portugal, e prendeu o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior.

Ele estava foragido desde julho de 2015, e foi preso preventivamente. Esta foi a primeira operação internacional realizada pela Lava Jato e foi batizada pelas autoridades portuguesas de 'Polimento'.

Schmidt é alvo da 15ª fase da operação e suspeito de envolvimento em pagamento de propinas aos ex-diretores da Petrobras Jorge Zelada, Renato de Souza Duque e Nestor Cerveró – que também foram presos na Lava Jato e estão detidos no Paraná. Segundo a Polícia Federal do estado, Raul Schimidt é tido como sócio de Zelada.


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