Pacientes que fazem tratamentos à base de medicamentos psiquiátricos convencionais podem não obterem os efeitos esperados. Isso se dá ou por um diagnóstico impreciso ou pelo fato de essas pessoas sofrerem com um quadro chamado de depressão refratária. Ou seja, são pacientes que possuem resistência à absorção dos principais remédios prescritos pelo psiquiatra. Contudo, há uma solução para o problema e exames genéticos, por exemplo, conseguem detectar o enigma.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 12 milhões de pessoas sofrem com depressão no Brasil, país da América Latina com o maior número de casos.
Diante desses números expressivos e também de casos de depressão refratária, os progressos nas terapias com o intuito de tratar a depressão evoluem a cada dia.
Avanço na terapia antidepressiva
Nos casos em que há uma resposta negativa ao tratamento convencional, substâncias psicodélicas, como a Cetamina (droga dissociativa empregada há anos para anestesia e analgesia, com a função de reagir diretamente no sistema nervoso central), podem ser prescritas e com resultados surpreendentes.
O remédio, já autorizado no Brasil, foi aprovado em novembro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e seu uso, como de outros psicodélicos, começa a ganhar mais espaço, mesmo que de forma tímida e por poucos médicos. “O tratamento tradicional com ansiolíticos, por exemplo, não é banido e entra como complemento. Portanto, técnicas psicoterápicas podem se tornar eficazes, além das intervenções biológicas naturais”, explica o psiquiatra Dr. Ivan Barenboim.
Tempo de resposta do medicamento
Pesquisas publicadas em revistas internacionais com elevada importância no meio científico mostram que cerca de 70% dos pacientes que não alcançavam êxito diante dos antidepressivos convencionais tiveram resposta positiva a esse tipo de tratamento.
“Há casos em que as respostas necessárias acontecem após algumas horas do uso do medicamento, diferentemente das outras terapias que demoram até semanas para a diminuição dos sintomas”, acrescenta o psiquiatra. Contudo, o espaço de tempo pode aumentar, já que cada paciente é único. Mas não passa de três semanas para saber se a pessoa respondeu ou não à terapia com a substância psicodélica.
Contraindicações
A Cetamina também apresenta contraindicações como, por exemplo, em casos de elevação significativa da pressão arterial, além de pacientes que demonstrem qualquer hipersensibilidade à droga.
Alternativa que vem revolucionando a vida dos pacientes e dos médicos
Quando a pessoa não responde ao tratamento tradicional ou necessita de uma resposta urgente devido ao seu quadro, o tratamento com a substância psicodélica pode ser indicado.
“O tratamento farmacológico da depressão está sendo revolucionado diante dessas novas descobertas. A Cetamina, por agir no cérebro diferentemente das outras drogas antidepressivas convencionais, pode diminuir o tempo de resposta necessária para a melhor qualidade de vida do paciente”, finaliza o Dr. Ivan Barenboim.