Preguiça, carência, vontade de comer, aparecimento de doenças, alterações no humor. Estas são algumas características e comportamentos que ficam evidenciados em algumas pessoas quando chega o inverno, que começa amanhã (21). Apesar de vivermos num país tropical e não termos diferenças climáticas significativas, muitos apresentam alterações no organismo e que podem refletir no comportamento, como dormir mais, sentir preguiça e ficar mais lento para as tarefas diárias.
Mas, além das alterações orgânicas involuntárias, as alterações psicológicas também contribuem para a mudança do comportamento das pessoas durante o inverno. “Ao contrário de países como os do Norte da Europa, onde as diversas estações do ano são muito bem marcadas, o Brasil não apresenta uma diferença nítida no clima. Não precisamos nos preocupar em encher a dispensa de mantimentos, comprar pilhas e passar por situações de voos cancelados por causa da neve ou de nem poder sair de casa por conta do frio. Por isto, as alterações psicológicas dos brasileiros ocorrem com muito menos frequência e intensidade. De qualquer forma, no inverno, quando há maior ocorrência de chuvas e céu nublado, as pessoas tendem a olharem mais para dentro de si, ficando mais autorreflexivas. Com um ambiente externo menos convidativo para uma saída, as pessoas buscam organizar-se nas próprias casas ou internamente com sua vida interior psíquica, sendo um período de maior introspecção e menor expansão”, explicou o psicólogo Antônio Elmo, Mestre em Psicologia Clínica.
De acordo com o psicólogo, idosos e crianças são os que mais sentem as mudanças com a chegada do inverno. “Certamente as pessoas mais idosas e as crianças têm maiores alterações psicológicas do que jovens e adultos nesta época do ano. Isto se dá porque para os idosos, assim como para as crianças, as suas rotinas sofrem mais mudanças, pois com o vento e o frio, eles tendem a ficar mais enclausurados, até pela própria condição da idade”, ressaltou Antonio Elmo.
Com as alterações climáticas pouco significativas, consequentemente os efeitos do inverno para os brasileiros são mais amenos. “Nós brasileiros podemos nos considerar felizardos porque com o fato de não termos mudanças bruscas no clima, também não temos problemas com a chamada ‘depressão sazonal’, muito comum onde o inverno é bem rigoroso”, disse o psicólogo.