O consumidor começou o ano com uma sobrecarga no bolso. Neste mês, já estão chegando as contas de luz com a aplicação da chamada bandeira tarifária, que indica por meio de cores os custos para a geração de energia no país.
Além de janeiro apresentar bandeira vermelha, ou seja, um acréscimo da ordem de 8% na fatura, o consumo energético neste mês tem disparado entre as famílias. O resultado desta combinação é um orçamento mais arrochado e uma necessidade urgente de mudar os hábitos com objetivo de reduzir o consumo de energia.
O empresário Cleferson Comarela já recebeu a conta deste mês e diz que ficou surpreso com o consumo e também com o preço: “Foram 500 quilowatts (kWh) e R$ 319,66. Valores bem acima do que eu e minha mulher costumamos gastar”, reclama.
De acordo com ele, o consumo médio na sua casa em 2014 foi de 350 kWh e R$ 200. Na avaliação de Cleferson, a elevação dos gastos é fruto do uso intensivo do ar-condicionado e de ventiladores. “Como este verão está fazendo muito calor, os ventiladores ficam ligados o tempo todo e costumo ligar o ar antes de entrar no ambiente para já ir refrescando. Mas, a partir de agora, vou buscar alternativas para gastar menos”, diz.
Reduzir os gastos é também a saída que o proprietário da padaria e confeitaria Panes Pam, Paulo Menegueli, tem encontrado para não ver seu lucro ir embora. “A energia tem um peso muito grande nos produtos, e com essa alta de preços a preocupação com o orçamento aumenta”.
Ele explica que desde o mês passado vem fazendo reuniões com os funcionários para conscientizá-los sobre a necessidade de economizar energia e também realizando ações como: revisão de tomadas, troca de lâmpadas e até mudança da escala de produção para fugir dos horários de pico. “Esse é um momento de crise, mas também de oportunidade para nos adequarmos e organizarmos nosso consumo energético”.
Seguindo a essa mesma filosofia, o presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo, José Lino Sepulcri, diz que é hora de economizar no que for possível. “O comércio tem mais restrições. Desligar o ar-condicionado, como fazemos em casa, não é uma opção. Afinal, é preciso manter uma boa estrutura para o cliente. Mas, nossa sugestão é tentar trocar lâmpadas e evitar luzes acesas desnecessariamente, por exemplo”.
Sepulcri pondera, ainda, que se a energia continuar a subir, o repasse dos custos para o consumidor será inevitável.
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